Análise das tipicidades das políticas públicas de fomento da bioeconomia sustentável

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26767/coloquio.v19i4,%20out./dez..2656

Palavras-chave:

Políticas Agrícolas Sustentáveis; Políticas Públicas; Bioeconomia; Desenvolvimento Sustentável; Sequestro de Carbono.

Resumo

O Brasil tem assinado diversos acordos internacionais com a intenção de se tornar um ator em favor dos mecanismos de mitigação das mudanças climáticas. Internamente o país tem à sua disposição mecanismos de políticas públicas para efetivar as cláusulas contratuais assinadas, como aquelas direcionadas ao segmento do agronegócio, como um setor coadjuvante, cuja cadeia produtiva utiliza-se dos recursos naturais para a produção de alimentos, fibras e fontes de energias, mas que contabilizam passivos        ambientais no meio ambiente e na regulação do clima global. Sob esta perspectiva, a proposição científica da bioeconomia, agora com a vertente emergente da bioeconomia sustentável, traz como princípio, a substituição de  energias fósseis por energias naturais renováveis, a exemplo das energias a serem derivadas das biomassas. Neste  contexto motivou-se a responder a seguinte questão norteadora deste estudo: Quais são as especificidades e ações de  políticas públicas que possam ser direcionadoras do fomento real da bioeconomia para o agronegócio? Assim, o objetivo principal deste estudo é analisar as tipicidades e ações das políticas públicas que possam ser direcionadoras do fomento real da bioeconomia para o agronegócio, encontradas na literatura. Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva. Aplicou-se uma revisão  sistemática integrativa, que se utilizou da ferramenta digital Itamuteq para analisar os dados coletados na plataforma Scopus. Evidenciou-se que as políticas tipificadas como regulatórias, constitutivas, sociais, econômicas, de infraestruturas podem ser utilizadas como uma política de estado, cujos elementos podem direcionar o efetivo alcance dos objetivos estabelecidos.

Biografia do Autor

Kalil Nascimento Neiva, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS)

Graduação em Economia (UFMS).

Ana Carolina Nogueira Gonçalves, UFMS

Graduada em Economia (UFMS). 

Jose Carlos de Jesus Lopes, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Doutor em Meio Ambiente e Desenvolvimento (UFPR). Professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). 

Alexandre de Meira Vasconcelos

Doutor em Engenharia de Produção (UFSC). Professor do Programa de Pós-Graduação em Administração Pública (PROFIAP) da UFMS.

 

Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR 6023 – Informação e documentação – Referências – Elaboração. 2. ed. Rio de Janeiro, 2018. BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016.

BRASIL. Decreto nº 2.552, de 1º de julho de 1998, que promulga a Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clina, assinada em Nova York, em 9 de maio de 1992. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2652.htm>. Acesso em: abr. 2021.

. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Pesquisa desenvolve conceito Carne Carbono Neutro para produção bovina. Disponível em: <https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/13239171/pesquisa-desenvolve-conceito-carne-carbono-neutro-para-producao- bovina>. Acesso em: abr. 2021.

. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Disponível em: <https://antigo.mma.gov.br/clima/convencao-das-nacoes-unidas.html.> Acesso em: abr. 2021.

CASAROTTO, E. L. Desempenho da pauta de exportação do agronegócio de Mato Grosso do Sul. 2013. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Agronegócios. Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, 2013.

COELHO, Carlos Nayro. 70 anos de Política Agrícola no Brasil (1931-2001). Revista de Política Agrícola. Brasília: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ano X, n. 3, jul./ago./set. 2001.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA (CNI); HARVARD BUSINESS REVIEW-BRASIL (HBR-BR). Bioeconomia: Uma Agenda para o Brasil. Brasília-DF, 2013.

. Projeto Indústria 2027. Riscos e oportunidades para o Brasil diante de inovações disruptivas. Estudo de Sistema Produtivo. Agroindústrias. Foco Setorial: Alimentos Processados. Brasília-DF: CNI, 2018.

D'AMATO, D.; et al. Green, circular, bio economy: A comparative analysis of sustainability avenues, Journal of Cleaner Production, volume 168, pág. 716-734, dez. 2017.

DEPARTAMENTO DE ENERGIA DOS ESTADOS UNIDOS (DOE); et al. Federal Activities Report on the Bioeconomy. 2016. Disponível em: Acesso em: abr. de 2021.

DUPONT-INGLIS, Joanna. BORG, Agnes. Destination bioeconomy- The path towards a smarter, more sustainable future. New Biotechnology. v. 40. pág. 140-143. 2018.

EFEA, Francisco.; TORRENTE, Roberto G.; AGUILAR, Alfredo. Na eficiente agroindustrial complex in Almeria (Spain). Towards an integrated and sustainable bioeconomy model. New Biotecnology, v. 40, pág. 103-112. 2018.

EGEA, Francisco J.; et al. Bioeconomy as a transforming driver of intensive greenhouse horticulture in SE Spain. New Biotechnology. v. 61. pág. 50-56. 2021.

ELLEN MACARTHUR FOUNDATION. What is Circular Economy? 2020. Disponível em: <https://www.ellenmacarthurfoundation.org/circular-economy/what-is-the-circular-economy.> Acesso em: jan. 2021.

EUROPEAN COMMISSION (EC). A sustainable Bioeconomy for Europe: Strengthening the connection between economy, society and the environment. Brussels-Belgique, 2018.

. Communication from the commission to the European parliament, The European Council, The Council, The European Economic and Social Committee and The Committee of the Regions (COM). The European Green Deal. Bruxelas, 2019. Disponível em: <https://ec.europa.eu/info/sites/info/files/european-green-deal-communication_en.pdf>. Acesso em: abr. 2021.

FAVA, Fábio; et al. The bioeconomy in Italy and the new national strategy for a more competitive and sustainable country. New Biotechnology, v. 61, pág. 124-136. 2021.

FELEKE, Shifera; et al. Circular Bioeconomy Research for Development in Sub-Saharan Africa: Innovations, Gaps, and Actions. Sustainability. v.13, pág. 20-35. 2021.

FERREIRA, Talita Guimarães de Oliveira. Políticas públicas para o SGA da bovinocultura de corte. 105 pág. Dissertação (Programa de Mestrado Profissional em Administração Pública- Rede Nacional). Escola de Administração e Negócios. Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Campo Grande – MS, 2018.

FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS (FAO).

FRANÇA. Une stratégie bioéconomie pour la France: enjeux et vision. 2017. Disponível em: <http://www.iar-pole.com/wp-content/uploads/2017/01/170119_planstrategique_bioeconomie.pdf>. Acesso em: abr. de 2021.

GEORGESCU-ROEGEN, N. The Entropy Law and The Economic Process. Harvard Univ Pr. Harvard Business Review-Brazil, 1971.

GERMAN FEDERAL MINISTRY OF EDUCATION AND RESEARCH (BMBF), Federal Ministry of Food and Agriculture (BMEL). National Bioeconomy Strategy. 2020. Disponível em: <https://www.bmbf.de/upload_filestore/pub/BMBF_ Nationale_Biooekonomiestrategie_Langfassung_eng.pdf>. Acesso em: abr. de 2021. GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2017. GONÇALVES, Ana Carolina; NEIVA, Kalil Nascimento; LOPES, José Carlos de Jesus; VASCONCELOS, Alexandre Meira de. Abordagens sobre Bioeconomia na Produção Científica Qualificada. Anais [...]. XXII Engema. USP-SP. São Paulo, nov. 2020.

HORLINGS, Ina; MARSDEN, Terry. Rumo ao desenvolvimento espacial sustentável? Explorando as implicações da nova bioeconomia no setor agroalimentar e na inovação regional. Sociologias. Porto Alegre, 2011.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Brasil 2035: cenários para o desenvolvimento. Brasília – DF: IPEA, 2017.

JACSO, P. As we may search—comparison of major features of the Web of Science, Scopus, and Google Scholar citation-based and citation-enhanced databases. Current science, v. 89, n. 9, pág.1537-1547. 2005

KAYA, Yoichi; YAMAGUCHI Mitsutsune; GEDEN, Oliver. Towards net zero CO2 emissions without relying on massive carbon dioxide removal. Sustainability Science, n. 14, pág. 1739–1743. 2019. DOI: https://doi.org/10.1007/s11625-019-00680-1.

LEFF, Enrique. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. 10. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.

LOKKO, Yvonne. et al. Biotechnology and the bioeconomy - Towards inclusive and sustainable industrial development. New Biotecnology. v. 40. pág. 5-10. 2018.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

MCCORMICK, Kes. KAUTTO, Niina. The Bioeconomy in Europe: An Overview. Sustainability. v. 5. pág. 2589-2608. 2013.

MEJIAS, Rafael Gouveia. Bioeconomia e suas aplicações. R. ÎANDÉ Ciências e Humanidades. São Bernardo do Campo, v. 2, n. 3, pág. 105-121, jul. 2019.

MENGAL, Philippe; et al. Bio-based Industries Joint Undertaking: The catalyst for sustainable bio-based economic growth in Europe. New Biotechnology. v. 40. pág. 31-39. 2018.

MOREIRA, Alexandre M. Bioeconomia: Plataforma Mundial de Inovação e Sustentabilidade nas Cadeias Agroindustriais. Revista Processos Químicos, v. 10, n. 20, pág. 351-353. 2016.

NATURAL RESOURCES INSTITUTE FINLAND (LUKE). Finnish bioeconomy in numbers. 2018. Disponível em: <https://www.luke.fi/en/natural-resources/finnishbioeconomy- in-numbers/> Acesso em: abr. de 2021

NOBRE, C. A.; et al. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Secretaria de Biodiversidade e Florestas-SBF, Diretoria de Conservação da Biodiversidade-DCBio. Mudanças climáticas e possíveis alterações nos biomas da América do Sul. Relatório, n. 6, pág. 25. 2007.

OLIVEIRA, Ivan Tiago Machado; CARNEIRO, Flávio; SILVA FILHO, Edison Benedito da (Org.). Cadeias globais de valor, políticas públicas e desenvolvimento. Brasília, DF: IPEA, 2017.

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDADES (ONU). Agenda 2030: Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável. 2015. Disponível em: <http://www.agenda2030.org.br/ods/17>. Acesso em: dez. 2020.

. Onu News. Perspectiva Global Reportagens Humanas. Clima e Meio Ambiente. Disponível em: <https://news.un.org/pt/news/topic/climate-change>. Acesso em: abr. 2021.

PAINEL INTERGOVERNAMENTAL SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS (IPPC). Sumário para Formuladores de Políticas. 2019. Relatório especial do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) sobre os impactos do aquecimento global de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais e respectivas trajetórias de emissão de gases de efeito estufa, no contexto do fortalecimento da resposta global à ameaça da mudança do clima, do desenvolvimento sustentável e dos esforços para erradicar a pobreza. Disponível em: <https://www.ipcc.ch/site/assets/uploads/2019/07/SPM-Portuguese-version.pdf>. Acesso em: abr. 2021.

RODRIGUES, Meghie. Bioeconomia é a nova fronteira para o futuro da América Latina. Ciência e Cultura, v. 70, n. 4, pág. 21-22. 2018.

RUEDIGER, Marco Aurélio; JANNUZZI, Paulo de Martino (coord.). Políticas públicas para o desenvolvimento sustentável [recurso eletrônico]: dos mínimos sociais dos objetivos de de- senvolvimento do milênio à agenda multissetorial e integrada de desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: FGV DAPP, 2018.

SANTOS, Andreia Brasil; ROCHA, Jannyelle Sousa; MAFRA, Rosana Zau; FERREIRA, Marcio Antônio Couto. A relevância da bioeconomia para o desenvolvimento regional: Estudo de caso em uma empresa de biocosméticos do estado do Amazonas. Anais [...]. 58º Congresso Sober, 2020. Foz do Iguaçu, 2020.

SCOPUS. Base de Dados Científicos. Disponível em: <https://www.scopus.com/home.uri>. Acesso em: abr.de 2021.

SECCHI, Leonardo. Políticas públicas conceitos, casos práticos, questões de concursos. 3. ed. São Paulo: Cengage Learning Brasil 2019.

SILVA, Martim Francisco de Oliveira; PEREIRA, Felipe dos Santos; MARTINS, José Vitor Bomtempo. A bioeconomia brasileira em números. 2018. BNDES Setorial, v. 47, pág. 277-332, mar. 2018.

STAFFAS, Louise; GUSTAVSSON, Mathias; MCCORMICK, Kes. Strategies and Policies for the Bioeconomy and Bio-Based Economy: An Analysis of Official National Approaches. Sustainability, volume 5, pág. 2751-2769, 2013. DOI:10.3390/su5062751.

STOCKER, Thomas F.; et al. Climate change 2013: The physical science basis. Contribution of working group I to the fifth assessment report of the intergovernmental panel on climate change. Cambridge University Review, v. 1535. 2013.

Towards Sustainable Bioeconomy Guidelines. 2019. Disponível em: <http://www.fao.org/partnerships/resource-partners/investing-for-results/news-article/en/c/1030137/>. Acesso em: set. 2020.

UNITED NATIONS (UN). Paris Agreement. 2015. Relatório Oficial. Disponível em: <https://unfccc.int/sites/default/files/english_paris_agreement.pdf>. Acesso em: abr. 2021.

UNITED NATIONS FRAMEWORK CONVENTION ON CLIMATE CHANGE (UNFCCC). Adaptation Committee Meeting Lays Groundwork for Success at COP 26. Disponível em: <https://unfccc.int/news/adaptation-committee-meeting-lays-groundwork-for- success-at-cop-26>. Acesso em: abr. 2021.

VELEVA, Vesela; BODKIN, Gavin; TODOROVA, Svetlana. The need for better measurement and employee engagement to advance a circular economy: Lessons from Biogen’s “zero waste” journey. Journal of Cleaner Production, v. 154, pág. 517-529. 2017.

VIEIRA, M. M. F.; ZOUAIN, D. M. Pesquisa qualitativa em administração: teoria e prática. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2005.

WOZNIAK, E.; TYCZEWSKA, A.; TWARDOWSKI, T. Bioeconomy development factors in the European Union and Poland. New Biotechnology. v. 60. pág. 2-8. 2021.

Downloads

Publicado

2022-11-08

Edição

Seção

Artigos