COLÓQUIO - Revista do Desenvolvimento Regional

Expediente

Jorge Amaral de Moraes — 2025-01-15

Assentamentos informais e a espacialização dos riscos à saúde: um estudo da Região Metropolitana de Porto Alegre

Tamires Lenhart — 2025-01-15

A pandemia de covid-19 expôs de forma brutal a relação entre saúde, habitação e ambiente urbano no Brasil. Milhões de famílias não puderam aderir às recomendações da OMS devido à grave falta de acesso à infraestrutura urbana e à crescente instabilidade no emprego e renda, evidenciando o aprofundamento das desigualdades socioespaciais durante a crise sanitária. Todos os municípios brasileiros, apesar de suas particularidades, enfrentam desafios urgentes associados ao ambiente urbano, como a persistente falta de acesso ao saneamento básico e à moradias adequadas. Essas condições precárias podem dramaticamente ampliar a transmissão de doenças infecciosas e parasitárias. Identificar essas vulnerabilidades em comunidades é crucial para ajudar na compreensão dos fatores que aumentam o risco de doenças. Este estudo espacializa os fatores de risco relacionados à carência de infraestrutura urbana e à exposição às doenças na Região Metropolitana de Porto Alegre, RS, (RMPA) lançando luz sobre a desigualdade socioespacial presente nos assentamentos informais urbanos. A Cartografia da Saúde foi utilizada como método revelador para mapear os riscos. As contribuições da pesquisa incluem o diagnóstico das características espaciais da RMPA que configuram risco para doenças infecciosas e parasitárias, a alarmante identificação da desigualdade socioespacial refletida nas taxas de letalidade em áreas com muitos assentamentos informais, e o uso original da Cartografia da Saúde para mapear os riscos no território metropolitano. O trabalho demonstra como a Cartografia da Saúde pode ser uma ferramenta essencial na identificação de áreas com maior risco de doenças, além de servir como base sólida para discussão de políticas interfederadas, à luz do Estatuto da Metrópole.

Turismo e desenvolvimento local na região Noroeste do Rio Grande do Sul na perspectiva da agenda 2030

Carolina Casarin Gai — 2025-01-15

Recente pesquisa sobre turismo rural no Brasil aponta para uma crescente demanda por destinos turísticos, com destaque para os estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. A região Noroeste do Rio Grande do Sul, com sua base econômica agrícola familiar, apresenta potencial para o desenvolvimento do turismo como alternativa econômica sustentável. Este artigo examina como o turismo rural pode contribuir para o desenvolvimento local alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Três dimensões foram analisadas: sustentabilidade ambiental (ODS 15); inclusão social e redução das desigualdades (ODS 10) e desenvolvimento econômico e sustentável (ODS 8). O estudo foi realizado em Boa Vista do Cadeado e Pejuçara, incluindo visitas, envio de formulários eletrônicos às secretarias municipais; levantamento bibliográfico e análise de documentos históricos. Em relação ao potencial turístico, Boa Vista do Cadeado se destaca pelo turismo rural e cultural, localização estratégica e rico patrimônio cultural. Pejuçara, por sua vez, tem demonstrado atuação mais articulada em relação ao potencial turístico, com foco na herança cultural italiana, inserindo-se na rota Recantos da Colônia. É necessário considerar que, embora o turismo traga impactos econômicos, sociais e culturais positivos nas comunidades, deve priorizar as necessidades das comunidades residentes, evitando-se a turistificação que privilegia o lucro em detrimento da preservação cultural e do bem-estar da população.

A Multifuncionalidade dos Serviços Ecossistêmicos no bioma Caatinga: conservação e sustentabilidade

Elpida Andréia de Queiroz Niko Kavouras — 2025-01-15

Este artigo investiga a importância dos Serviços Ecossistêmicos (SE) fornecidos pela Caatinga. Este bioma apresenta uma rica biodiversidade e é essencial para a subsistência de diversas comunidades, mas enfrenta crescentes desafios devido ao aumento da degradação ambiental, causados pela exploração insustentável de seus recursos e os efeitos das mudanças climáticas. A preservação da Caatinga emerge como estratégica para a resiliência dos ecossistemas locais, com isso, torna-se essencial compreender os SE fornecidos por esse bioma. Diante disso, o objetivo geral desta pesquisa é realizar uma revisão bibliográfica detalhada para identificar e categorizar os Serviços Ecossistêmicos conhecidos e relatados na Caatinga, avaliando sua importância na conservação e no desenvolvimento sustentável do bioma. Utilizando uma Revisão Integrativa como metodologia, o estudo selecionou 18 pesquisas relevantes, aplicando critérios rigorosos de inclusão e exclusão. Os resultados demonstram a existência de uma ampla gama de SE na Caatinga, incluindo serviços de provisão, regulação e culturais, enfatizando a multifuncionalidade do bioma e seu papel vital no apoio às comunidades locais e na conservação do equilíbrio ecológico. Esta análise contribui para o entendimento dos SE em regiões semiáridas e aponta para estratégias de conservação sustentáveis.

Perspectivas da certificação orgânica no Brasil

Domingos Athaides Pires Barbosa Junior — 2025-01-15

O objetivo deste estudo foi identificar e analisar os formatos de certificação orgânica disponíveis e acessados pelos agricultores no Brasil. Para tanto, foi desenvolvido uma pesquisa exploratória com aprofundamento teórico e em dados secundários sobre produção orgânica e os tipos de certificação. Quanto aos formatos disponíveis no país, além da certificação por auditoria (principal mecanismo de certificação da produção), foram verificados outros mecanismos de controle em que o Brasil se destaca por ter incorporado em sua legislação elementos que expressam a sua própria realidade produtiva, como os organismos de certificação participativa, que colaboram especialmente para o desenvolvimento da atividade na agricultura familiar. Por fim, considera-se que diferentes tipos de certificação orgânica existentes atendem as especificidades dos tipos de agricultores. Entretanto, somente a certificação não é capaz de superar as barreiras de inserção nos mercados.

Os caminhos da transição agroecológica: desafios e avanços da agroecologia na região do Vale do Rio Pardo/RS.

Wandoir Sehn — 2025-01-15

Nesta pesquisa, exploramos os desafios e avanços da agroecologia na região do Vale do Rio Pardo, RS/Brasil, a partir da percepção dos agricultores familiares durante o processo de transição agroecológica. A "Revolução Verde" resultou em diversos danos ambientais, mas afetou principalmente o modo de organização e produção dos agricultores familiares. Este modelo é insustentável para o desenvolvimento regional. Entendemos que o caminho para superar este modelo passa pelo processo de transição agroecológica, um processo de conversão evolutivo dos agroecossistemas convencionais para os de base ecológica. Utilizando a fenomenologia como método de abordagem e amparado nas dimensões da agroecologia, analisamos os desafios e avanços culturais e institucionais enfrentados pelos agricultores familiares durante essa transição. Destacam-se as iniciativas de comercialização em feiras rurais e programas institucionais de alimentos, como PAA e PNAE. No entanto, os constantes cortes de recursos do governo prejudicam essas políticas e afetam o volume de alimentos comercializados pelos agricultores. O apoio e a participação de instituições de assistência técnica no processo de acompanhamento ainda necessitam de mais qualificação na temática da transição agroecológica, mas sua atuação já vem sendo importante para superar diversos desafios presentes. Da mesma forma, fortalecer o trabalho das cooperativas e associações, desde o acompanhamento da produção e organização das propriedades familiares até a logística de comercialização, um dos principais desafios relatados pelas famílias entrevistadas. Contudo, as dificuldades encontradas na relação com o entorno da propriedade geram desafios importantes, os quais foi possível superar a partir do exemplo e dos resultados obtidos com a produção.

Preservação dos conhecimentos tradicionais associados à biodiversidade no Brasil diante do avanço das inteligências artificiais.

Yuri Pereira Gomes — 2025-01-15

Este trabalho examina a preservação dos conhecimentos tradicionais no Brasil diante do avanço das inteligências artificiais, destacando a importância dos protocolos comunitários como ferramentas de empoderamento para agricultores, indígenas, quilombolas e outras comunidades tradicionais. O estudo enfatiza a necessidade de respeitar a diversidade cultural e os direitos dos povos, além de abordar a interseção entre tecnologia, direito e ética. A metodologia utilizada adota uma abordagem dedutiva, utilizando fontes de documentação indireta e pesquisa bibliográfica que abrangem a temática em questão. A análise realizada conclui que o respeito aos conhecimentos tradicionais é fundamental para a construção de um futuro sustentável. Essa perspectiva une justiça social à preservação da biodiversidade, reforçando que o reconhecimento e a valorização dos saberes locais devem prevalecer no diálogo com as tecnologias emergentes. Os resultados deste estudo sugerem que a implementação efetiva de protocolos comunitários pode fortalecer as comunidades tradicionais, garantindo que suas vozes sejam ouvidas e seus direitos respeitados. Conclui-se que a interseção entre direitos culturais e inovações tecnológicas deve ser cuidadosamente mediada para promover um desenvolvimento que respeite tanto a cultura quanto a biodiversidade.

Desafios da logística reversa de embalagens vazias de agrotóxicos.

Elisiane Branco — 2025-01-15

Ao analisar temas como o descarte de embalagens vazias de defensivos agrícolas é importante observar a necessidade de adotar iniciativas que contemplem a produção e consumo responsáveis. Verifica-se a necessidade de um olhar sustentável constante em relação a esses processos, buscando melhorias e contribuições que venham ao encontro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Para isso, práticas sustentáveis como a logística reversa das embalagens vazias tem um papel importante para contribuir com a Agenda 2030. Este estudo tem como objetivo identificar os principais desafios enfrentados na logística reversa das embalagens de agrotóxicos. O método possui abordagem qualitativa e o objeto de estudos contempla os municípios de Passo Fundo, Muliterno e Getúlio Vargas, do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Os participantes foram líderes que trabalham com a logística reversa dessas embalagens. O instrumento de coleta de dados foi a entrevista semiestruturada. Foi utilizada a técnica de análise de conteúdo para mensurar os resultados. Conclui-se que o principal desafio é manter os envolvidos no processo informados sobre as boas práticas, ademais, o que dificulta o recolhimento das embalagens é principalmente a distância até o ponto de coleta. Como proposta de melhoria são sugeridas intensificação das campanhas de sensibilização e disponibilização de pontos de coleta mais próximos.

Práticas de ESG (environmental, social, and governance) no âmbito das incubadoras empresariais

Matusalem Fagundes da Silva — 2025-01-15

As incubadoras empresariais constituíram-se, ao longo dos anos, num importante mecanismo de geração de novos empreendimentos. No entanto se durante o século XX os empreendedores contavam com o apoio das incubadoras para o enfrentamento de um ambiente competitivo, no século, XXI os desafios são mais complexos, pois é preciso desenvolver negócios e preservar o meio ambiente. A realização de estudos que busquem verificar se as incubadoras estão tendo um olhar voltado ao ESG (environmental, social and governance), além de gerarem uma melhor compreensão desse novo conceito organizacional podem resultar em contribuições ao aperfeiçoamento do processo de incubação. Assim, esta pesquisa analisa como as incubadoras podem colaborar com as empresas incubadas na implantação de uma estratégia organizacional concebida a partir das premissas do ESG. A metodologia utilizada na elaboração desse estudo quanto ao tipo de pesquisa é descritiva, utilizando como procedimento técnico a pesquisa de campo. O problema foi abordado de forma qualitativa tendo um roteiro de entrevista semiestruturado como instrumento de coleta de dados, aplicado junto a gestores de ambientes de inovação, cujas respostas foram posteriormente analisadas por meio da técnica de análise comparativa de entrevistas. Os resultados do estudo apontam a ocorrência de iniciativas das incubadoras que atendem as premissas do ESG, porém essas ações ainda não estão incorporadas definitivamente ao processo de incubação e tão pouco há uma uniformidade quanto a forma de implantação dessas iniciativas.

Desempenho inovativo influenciado pelo isomorfismo organizacional no Arranjo Produtivo Local (APL) de Confecções de Taquaral de Goiás/GO

Manuel Fernandes Silva Souza — 2025-01-15

No Brasil, os Arranjos Produtivos Locais (APLs) compõem políticas públicas de apoio a clusters empresariais com significativo potencial de desenvolvimento. Este estudo trata dessas aglomerações produtivas e suas relações com a inovação organizacional com objetivo de analisar a ocorrência de isomorfismo organizacional e a busca de conhecimento entre as empresas participantes do Arranjo Produtivo Local (APL) de Confecções de Taquaral de Goiás, Estado de Goiás, observando os efeitos destes elementos no desempenho inovativo do APL. A pesquisa se utilizou de método misto, do tipo sequencial explanatório, e gerou uma representação dos processos de isomorfismo e busca de conhecimento. Na etapa inicial quantitativa do estudo foi aplicado questionário, baseado em escala já existente. Em seguida, foi realizada etapa qualitativa, que visou ampliar os resultados por meio da identificação das fontes de conhecimento exploratory e exploitative. Os fenômenos identificados efetivamente foram o isomorfismo miméticos e a busca de conhecimento exploitative. Em menor intensidade se manifestou a busca de conhecimento exploratory. Ambas as categorias de busca de conhecimento influenciaram o desempenho inovativo do APL. As redes sociais e as outras empresas do grupo destacaram-se como fontes de conhecimento/ imitação e, apesar das empresas mostrarem muita disposição para praticarem o isomorfismo normativo e realizarem a busca de conhecimento exploratory, estes processos ocorrem em menor intensidade. Apesar do foco ter sido um APL de grande relevância para aquela região, por ser um único APL é esta uma limitação deste estudo, embora ele possa ser aplicado ou ampliado em outros arranjos.

Perspectivas da saúde no Brasil: desenvolvimento econômico e cadeias globais de valor (CGV).

Cássia Costa Oliveira de Souza — 2025-01-15

A saúde no Brasil sempre é mais evidenciada em momentos de crises sanitárias causadas por processos pandêmicos, como a Peste Bubônica século XIV, Gripe Espanhola no século XX e recentemente a Covid19. Por outra perspectiva, vê-se a constituição das chamadas Cadeias Globais de Valor (CGV) como o resultado das transformações que vem ocorrendo nos sistemas de produção e no comércio internacional nas últimas décadas. Estas e tem modificado a economia mundial com a fragmentação da produção, reestruturação do modo de produção capitalista e uma nova divisão internacional do trabalho. Diante do exposto, a questão de pesquisa versa sobre quais são as perspectivas da saúde no Brasil, diante do surgimento das CGV? O objetivo é analisar as perspectivas da saúde no Brasil, visando compreender a sua importância para o desenvolvimento econômico no contexto das emergentes mudanças na estrutura do comércio mundial, da fragmentação internacional da produção e o advento das Cadeias Globais de Valor (CGV). Metodologicamente utilizou-se a abordagem qualitativa de natureza exploratória e descritiva, o levantamento dos dados e informações foi realizada por meio de revisão bibliográfica. Conclui-se que o setor de saúde, caracterizado pela internacionalização da produção, intensivo em ciência e tecnologia, possui alto nível de inovação e pesquisa, considerado área-chave na política industrial com potencial para promover o desenvolvimento econômico.

A gênese da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB): disputas políticas, concertação interinstitucional e missão.

Laumar Neves de Souza — 2025-01-15

O objetivo desta investigação é historiar o processo de criação da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), de modo a identificar as possíveis lutas políticas que foram travadas em torno dessa ocorrência, a concertação que teve que ser costurada para que ela viesse a termo, bem como os nortes que serviram de balizadores para que a sua missão institucional fosse desenhada. Para levá-la adiante se recorreu fundamentalmente à realização de pesquisa bibliográfica e documental. Ao menos duas coisas chamaram por demais a atenção no processo de gestação da referida universidade: 1) o empenho efetivo de grande parte dos atores e instituições envolvidos para que a Bahia ganhasse esse equipamento público de educação, em que pese a existência de conflitos de interesse, que precisaram, evidentemente, ser apaziguados; e 2) a perspectiva redentora que ele envolveu, na medida em que trazia esperança da chegada de um novo tempo.

A regularização fundiária urbana no Brasil como garantia do direito à moradia e à cidade

Márcia Maria Couto Mello — 2025-01-15

A urbanização nas cidades brasileiras se deu de forma acelerada e, em certa medida, não superou algumas características do período colonial e imperial, marcados pela concentração de terra, traduzindo para o espaço urbano a alocação na periferia dos menos favorecidos. Apesar do alto crescimento populacional registrado nas últimas décadas, os índices oficiais confirmam que o crescimento dos centros urbanos se baseia na quantidade de habitantes, enquanto os números decaem ao se analisar a qualidade de vida dos citadinos, principalmente no que tange à regulamentação fundiária urbana, garantindo moradia digna e, consequentemente, direito à cidade. Ainda que existam instrumentos legais, observa-se uma grande fenda na nossa sociedade que acentua a desigualdade e a segregação. O objetivo proposto neste ensaio é trazer à baila essa discussão, a partir das leis que regulamentam a questão fundiária urbana no Brasil. A metodologia adotada baseia-se na pesquisa bibliográfica e análise crítica da questão.

Replicating models of collective impact in developing countries. Does the model work in the context of the Brazilian Amazon?

Alberto Juliê Monteiro de Aragão — 2025-01-15

O modelo de Iniciativa de Impacto Coletivo (CII) foi projetado para abordar questões sociais complexas através de esforços colaborativos e soluções emergentes, enfatizando a interdependência de problemas e soluções sociais e desencorajando abordagens pré-determinadas. O modelo baseia-se em cinco componentes: organizações integradoras, agenda comum, sistemas de medição compartilhados, atividades de reforço mútuo entre os participantes e comunicação contínua. Embora a CII tenha ganhado reconhecimento global e crescido em referências acadêmicas nos últimos anos, seu potencial de aplicação em diferentes contextos, como a Amazônia brasileira, permanece incerto devido às muitas configurações sociais e modelos colaborativos tradicionais. As críticas ao modelo destacam sua falta de especificidade, com o sucesso dependendo de relações históricas e diferentes interesses e percepções dos participantes. Autores argumentam ainda que o modelo simplifica demais as opções, resumindo-os, ou a ações de impacto isolado ou de impacto coletivo, ignorando outros tipos de coalizões comunitárias com escopos mais amplos. As CII também são criticadas por terem uma abordagem de cima para baixo, por não priorizarem o engajamento comunitário e não aproveitarem o conhecimento local. Traduzir o modelo de CII do norte para o sul global apresenta desafios, incluindo questões relacionadas à capacidade institucional, marcos legais e dinâmica de governança. Além disso, manter a colaboração a longo prazo e garantir financiamento nos países em desenvolvimento pode ser desafiador. Apesar disso, o potencial do modelo para lidar com problemas sociais complexos permanece promissor, embora requeira cuidado e adaptação quando aplicado em novos contextos, especialmente aqueles com atributos socioeconômicos e culturais únicos.

Educação, cooperação e integração transfronteiriça no âmbito do Mercosul e da Rede CIDIR

Airton Rodrigues da Silva — 2025-01-15

O trabalho aborda a dinâmica da educação, em nível de pós-graduação, no contexto da integração e cooperação interinstitucional, nos territórios transfronteiriços dos países do Mercosul e das Instituições de Ensino Superior integrantes da Rede de Cooperação Interuniversitária para o Desenvolvimento e Integração Regional. Objetiva-se identificar e elencar, as proposições presentes nos Acordos e Tratados vigentes com vistas à cooperação e a integração nas zonas de fronteira, no nível educacional da pós-graduação. O percurso metodológico centra-se na revisão de literatura e documental, de natureza básica, seguindo-se o método de abordagem dialético, nos métodos de procedimento histórico, bibliográfico e documental, com tratamento qualitativo dos dados, com fins explicativos. A referência teórica situa as fronteiras pela perspectiva da geografia cultural e das zonas de fronteira. Entende-se a fronteira como um fenômeno cultural e social e que esta pode ser compreendida considerando as particularidades e as singularidades das zonas de fronteira, sem focar o aspecto do limite e da soberania nacional, pois considera as relações destas áreas com o poder central do Estado e sua soberania. No contexto da zona de fronteira do Mercosul, estão em curso dois movimentos de processo de integração e de cooperação interinstitucional na área da educação em nível de pós-graduação. Um no âmbito dos Acordos e Tratados do Mercosul e o outro sob a coordenação da Red CIDIR. Este último, busca efetivar o desenvolvimento educacional, científico, cultural e econômico pela pesquisa, ensino, extensão universitária e a docência.

Planos de resgate da fauna em áreas de uso alternativo do solo no cerrado da Bahia/Brasil

Valmir Dâmaso de Almeida Junior — 2025-01-15

O Cerrado configura-se entre as mais ricas savanas do mundo, tanto em área quanto em biodiversidade. Com a expansão da agricultura, é necessário a importância de mitigar impactos ambientais, tendo como base diagnósticos e inventários, cujo planejamento considere coerentemente processos construtivos dos empreendimentos, os impactos, ações mitigadoras e ações compensatórias, visando a manutenção dos serviços ecossistêmicos e sustentabilidade. O Instrumento de política e gestão ambiental das Legislações Federal e do Estado da Bahia, avaliam projetos e ações com potencial de impacto no ambiente, mediante exame sistemático durante distintas fases de planejamento, implantação e operação. O órgão ambiental avalia o empreendimento, enquadra segundo o porte e potencial poluidor, cujo aspecto conduzirá aos procedimentos do processo de licenciamento e estabelece condicionantes nestes procedimentos, incluindo as Autorizações de Supressão de Vegetação e, para tanto, um dos estudos para este pleito são os Inventários Florestais e Faunísticos, este, acompanhado do Plano de Salvamento, Resgate e Afugentamento da Fauna Silvestre. Com objetivo de avaliar a execução destes planos em áreas de supressão, após análise dos relatórios de execução entregues ao órgão ambiental, cuja execução destes planos provocam impacto direto e positivo na conservação e preservação dos mais variados grupos faunísticos e, com a análise dos resultados obtidos em cada área, permite-se ao órgão ambiental ou instituições de pesquisa proporem um planejamento para abertura de novas áreas, bem como, garantir a manutenção da biodiversidade local, propondo medidas mitigadoras que possam, por sua vez, amenizar danos causados pela retirada da cobertura vegetal em empreendimentos agrícolas.