PCTI no Brasil: a relação inovação e sistema produtivo na atual estratégia nacional

Autores

  • Antônio Carlos Mazzetti
  • Marcio Gazolla
  • Marcos Junior Marini

DOI:

https://doi.org/10.26767/1581

Resumo

A partir das duas últimas décadas do século XX, a inovação passa a ser vista como primordial para o crescimento econômico das empresas e nações, posicionando-se com um papel central nas políticas públicas da área científica e tecnológica. Neste sentido, considerando que o Brasil vem implementando diversas PCTIs nos últimos anos, incluindo a “Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação” (ENCTI 2016-2022), o artigo buscou analisar a relação entre a inovação e o sistema produtivo, dentro das PCTIs brasileiras, mais especificamente, nesta atual estratégia para a área. Trata-se de um estudo desenvolvido a partir de técnicas de pesquisa bibliográfica e documental, fontes secundárias e com uma abordagem quanti-qualitativa para a interpretação e análise de dados. Como resultado desta pesquisa é possível afirmar que esta política continua baseada no isomorfismo com as tendências mundiais, priorizando a interação entre pesquisa pública e o setor privado. Contudo, mesmo com os investimentos públicos dos últimos anos, observa-se que a estrutura produtiva nacional continua em uma condição periférica, com a concentração de pesquisadores nas universidades e regiões mais desenvolvidas, além de baixos investimentos em atividades de P&D pelo setor empresarial, sendo estes, em muitos casos, destinados à aquisição de máquinas e equipamentos para a linha de produção. Diante do exposto, questiona-se sobre o real impacto e interesses desta PCTI no âmbito das estratégias nacionais autônomas e geradoras próprias de ciência, tecnologia e inovação no desenvolvimento do país.

Referências

BAGATTOLLI, C.; DAGNINO, R. P. Política de C&T e dinâmica inovativa no Brasil: avaliação de resultados. Revista Internacional de Ciencia y Sociedad, v.1, n. 1, p. 14-26, 2014.

BENKO, G. Economia, espaço e globalização: na aurora do século XXI. Tradução: Antonio de Pádua Danesi. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 1999.

BRASIL. Constituição Federal. 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_ 03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 17 jun. 2018.

______. Ministério da Ciência e Tecnologia - MCT. Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Nacional – Plano de Ação 2007-2010 (PACTI). 2007. Disponível em: <http://bibspi.planejamento.gov.br/handle/iditem/460>. Acesso em: 10 jun. 2018.

______. Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação - MCTI. Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação 2012-2015 (ENCTI). 2012. Disponível em: <http://bibspi.planejamento.gov.br/handle/iditem/384>. Acesso em: 10 jun. 2018.

______. Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações - MCTIC. Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação 2016-2022 (ENCTI). 2016. Disponível em: <http://bibliotecadigital.planejamento.gov.br/xmlui/handle/123456789/990>. Acesso em: 10 jun. 2018.

______. Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações - MCTIC. Indicadores selecionados de Ciência, Tecnologia e Inovação – Brasil. 2017. Disponível em: <https://www.mctic.gov.br/mctic/export/sites/institucional/indicadores/arquivos/indicadores-2017.pdf>. Acesso em: 10 jun. 2018.

DAGNINO, Roberto. Por que os “nossos” empresários não inovam? In.: Estudos sociais da ciência e tecnologia e política de ciência e tecnologia: abordagens alternativas para uma nova América Latina. Campina Grande: EDUEPB, 2010.

GII - Índice Global de Inovação Universidade Cornell, INSEAD e WIPO (2017): Índice Global de Inovação de 2017: A Inovação Nutrindo o Mundo (GII), Ithaca, Fontainebleau e Genebra, 2017.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de inovação: 2014 / IBGE, Coordenação de Indústria (PINTEC). Rio de Janeiro: IBGE, 2016.

LUCAS, L.O.; SILVA, D.R.M. A difusão de inovações na Estratégia Nacional de CT&I no Brasil. Revista Administración Pública y Sociedad. APyS-IIFAP-FCS-UNC. Nº 4, 2017. Disponível em: <https://revistas.unc.edu.ar/index.php/APyS/article/download/18546/19000>. Acesso em: 15 jun. 2018.

MARINI, M. J.; SILVA, C. L. Política de Ciência e Tecnologia e Desenvolvimento Nacional: reflexões sobre o plano de ação brasileiro. Revista Desenvolvimento em Questão, IJUI, v. 9, n. 17, p. 9-38, 2011.

_______. Inovação em Arranjos Produtivos Locais (APLs): um estudo de caso no Sudoeste do Paraná. In: XVI Congresso Latino-Iberoamericano de Gestão de Tecnologia – ALTEC 2015. Porto Alegre, 2015.

MOSER, A. C.; THEIS, I. M. Investimentos em C&T e desigualdades socioespaciais no Brasil. Tempo Social - Revista de Sociologia da USP, v. 26, n. 2, p. 187-207, 2014.

SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. Orçamento de CT&I para 2018: tragédia anunciada! 2017. Disponível em: <http://portal.sbpcnet.org.br/noticias/orcamento-de-cti-para-2018-tragedia-anunciada/>. Acesso em: 10 jul. 2018.

SOUZA, C. Políticas Públicas: Uma Revisão da Literatura. Sociologias (UFRGS), Porto Alegre, v. 8, n. 16, p. 20-45, 2006.

VELHO, L. Conceitos de Ciência e a Política Científica, Tecnológica e de Inovação. Sociologias (UFRGS), Porto Alegre, v. 13, n. 26, p. 128-153, 2011.

VIOTTI, E. B. Brasil: de política de C&T para política de inovação? Evolução e desafios das políticas brasileiras de ciência, tecnologia e inovação”. In: Avaliação de políticas de ciência, tecnologia e inovação: Diálogo entre experiências internacionais e brasileiras (Seminário Internacional), Brasília: CGEE, p. 137-173, 2008.

Downloads

Publicado

2019-12-20

Edição

Seção

Artigos