Contribuição para uma política voltada à maximização da rentabilidade da Agricultura Familiar sujeito a disponibilidade relativa dos recursos e da divisão do trabalho

Autores

  • Carlos Aguedo Paiva

DOI:

https://doi.org/10.26767/383

Resumo

Neste artigo, defende-se a tese de que a Agricultura Familiar e a Agricultura Patronal, no Brasil, se diferenciam pela disponibilidade relativa de mão de obra e de terras. O custo de mobilização de mão de obra é relativamente menor e o custo de mobilização de terras é relativamente maior para a Agricultura Familiar vis-à-vis à Patronal (e vice-versa). A partir daí, conclui-se que as atividades agropecuárias intensivas em mão de obra oferecem, normalmente, uma rentabilidade maior para a Agricultura Familiar, enquanto as atividades intensivas em terras ofereceriam maior rentabilidade de longo prazo para a Agricultura Patronal. Defende-se ainda a hipótese de que o mercado estimula a especialização dos dois Sistemas Agrários Típicos (SATs) nas atividades consistentes com as disponibilidades relativas de fatores de produção, mas o faz de forma imperfeita e marcada por path dependencies geradores de equilíbrios subótimos, nos quais atividades intensivas em trabalho (como a fruticultura da maçã e o café) são controladas pela Agricultura Patronal, enquanto produtores familiares continuam produzindo commodities intensivas em terra (como a soja). Procura-se demonstrar as hipóteses fundantes deste trabalho a partir do cálculo e da análise de correlações e regressões entre atividades produtivas e a participação dos produtores familiares no VBP e nas receitas líquidas totais da Agropecuária de 689 municípios dos três Estados do extremo sul do Brasil, em 2006 (ano do último Censo Agropecuário).

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Publicado

2016-08-22

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Artigos