Integração comercial entre Brasil e Argentina na cadeia produtiva tritícola
DOI:
https://doi.org/10.26767/1806Resumen
O agronegócio brasileiro vem se destacando pela sua importância econômica e produtiva, principalmente pelas suas cadeias produtivas, como da soja e de carnes. Esse potencial coloca o país com um grande produtor de alimentos frente a outros países mundialmente. Entretanto, ao mesmo tempo em que algumas cadeias produtivas se destacam, outras são extremamente dependentes de importações para suprir a demanda interna, é o caso da cadeia produtiva do trigo, que importa grandes quantidades de cereais, sobretudo da Argentina. Nesse sentido, o presente estudo tem a finalidade de compreender a integração comercial entre o Brasil e a Argentina no setor tritícola, identificando as principais razões que fazem o Brasil ser tão dependente das importações deste cereal do país vizinho. A metodologia utilizada neste caso consiste de uma pesquisa bibliográfica e de um estudo de caso, com coleta de dados secundários e estatísticos coletados em sites da United States Department of Agriculture (USDA), Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) e Associação Brasileira das Indústrias do Trigo (ABITRIGO). Especificamente, os principais resultados evidenciados são que o Brasil não apresenta condições favoráveis de clima e solo para a produção deste cereal de boa qualidade e em quantidade suficiente, além de serem insuficientes os incentivos à produção desse cereal no país. O trigo argentino, portanto, apresenta boa qualidade, uma vasta cadeia de incentivos governamentais para a produção, bem como, tarifas alfandegárias menores, tudo isso o torna mais barato quando comparado ao trigo produzido em solo brasileiro.Citas
ACOSTA, A. da S. et al. Dinâmica e cenário para a produção de trigo em áreas de atuação de cooperativas no Brasil. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2018. 51 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DO TRIGO - ABITRIGO. O Triticultor e o Mercado. São Paulo: 2011. Disponível em: <http://abitrigo.com.br/associados/arquivos/cartilha_triticultor.pdf>. Acesso em: 07 nov. 2018.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DO TRIGO - ABITRIGO. Estatísticas sobre o mercado do trigo, farinha e derivados. Disponível em: <http://www.abitrigo.com.br/estatisticas.php>. Acesso em: 02 nov. 2018.
BRASIL. Decreto n. 210, de 27 de fevereiro de 1967. Estabelece normas para o abastecimento de trigo, sua industrialização e comercialização e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 27 fev. 1967. Disponível em: <https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/Del0210.htm>. Acesso em: 02 nov. 2018.
BRASIL. Lei nº 8.096, de 21 de novembro de 1990. Dispõe sobre a Comercialização e Industrialização do Trigo, e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 22 nov. 1990. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1990/lei-8096-21-novembro-1990-377064-publicacaooriginal-1-pl.html>. Acesso em: 07 nov. 2018.
BRASIL. Instrução Normativa nº 1, de 27 de janeiro de 1999. Aprova a norma de identidade e qualidade do trigo para comercialização interna. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Poder Executivo, Brasília, DF, 29 jan. 1999. Disponível em: <http://sistemasweb.agricultura.gov.br/sislegis/action/detalhaA-to.do?method=consultarLegislacaoFederal>. Acesso em: 08 nov. 2018.
BATALHA, M. O. Gestão agroindustrial. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001.
BRUM, A. L. et. al. A competitividade do trigo brasileiro diante da concorrência argentina. UNIJUÍ, 2003.
BRUM, A. L. et al. A competitividade do trigo brasileiro diante da concorrência argentina. O comércio internacional e a competitividade pelo custo de produção. Revista Galega de Economia, vol. 14, núm. 1-2 (2005), p. 1-15. Disponível em: < http://www.usc.es/econo/RGE/Vol14_1_2/Outros/art3b.pdf> Acesso em: 30 de out. de 2018.
BRUM, A. L.; SILVA, C. V. K. da; MÜLLER, P. K. O Trigo Brasileiro Diante da Concorrência Argentina: o Comércio Internacional e a Competitividade. Revista Desenvolvimento em Questão, Editora Unijuí, ano 3, n. 5, jan./jun., 2005, p. 135-150. Disponível em: <http://www.redalyc.org/pdf/752/75230508.pdf>. Acesso em: 03 de nov. de 2018.
BRUM, A.L.; MULLER, P. K. A realidade da cadeia do trigo no Brasil: o elo produtores/cooperativas. Revista de Economia Rural (RER). vol. 46, n° 1, p. 145-169, jan/mar 2008. Rio de Janeiro.
COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (CONAB). Safra Brasileira de Grãos. 2018. Informações Agropecuárias. Disponível em: <https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/graos>. Acesso em: 02 de nov. de 2018.
CORTE, V. F. D. et al. O Agronegócio do Trigo e seus Derivados: O Efeito da Desregulamentação e Redução dos Subsídios no Brasil. Revista Brasileira de Gestão e Inovação. v.3. n.1, set/dez. 2015. Disponível em: <http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/RBGI/article/view/3668/2286> Acesso em: 15 nov. 2018.
CUNHA, G. R. da (Ed.). Oficina sobre trigo no Brasil: bases para a construção de uma nova triticultura brasileira. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2009. Disponível em: <https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/852640/oficina-sobre-trigo-no-brasil-bases-para-a-construcao-de-uma-nova-triticultura-brasileira>. Acesso em: 02 nov. 2018.
DATHEIN, R. Mercosul: antecedentes, origem e desempenho recente. Revista de Economia, Curitiba, v. 31, n. 1, p. 7-40, janeiro-junho/2005. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/economia/article/view/5026/379>. Acesso em: 10 nov. 2018
DEPARTAMENTO DE AGRICULTURA DOS ESTADOS UNIDOS – USDA. Relatórios do USDA e acompanhamento do mercado agrícola, 2018. Disponível em: <https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/usda/>. Acesso: 02 nov. 2018.
FAVERO, D. A. O comércio Brasil - Argentina: análise do mercado internacional e viabilidade da triticultura. Cruz alta, 2017. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Mestrado Profissional em Desenvolvimento Rural, UNICRUZ - 2017. 79 f.
FIGUEIREDO, A., SANTOS, M. Evolução das vantagens comparativas do Brasil no comércio mundial de soja. Revista de Política Agrícola, 14, Jun. 2005. Disponível em: <https://seer.sede.embrapa.br/index.php/RPA/article/view/526>. Acesso em: 12 Nov. 2018.
GARCIA, J. D. O Trigo Brasileiro e a falta de autossuficiência: Uma identificação de problemas. Universidade Federal do Paraná, 2011. Disponível em: <https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/32675/R%20-%20E%20-%20JOAO%20DONIZETI%20GARCIA.pdf?sequence=1&isAllowed=y> . Acesso em: 14 nov. 2018.
GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D. T. (Org.). Métodos de pesquisa. 1. ed. Porto Alegre: UFRGS, 2009. 120 p.
GONTIJO, C. As duas vias do princípio das vantagens comparativas de David Ricardo e o padrão-ouro: um ensaio crítico. Revista de Economia Política, vol. 27, nº 3 (107), p. 413-430, julho-setembro/2007. Disponível em: <http://www.rep.org.br/pdf/107-6.pdf> Acesso em: 10 nov. 2018.
GRANATO, L.; BATISTA, I. R. Mercosul à prova: estratégias e limites da integração regional periférica. Revista Brasileira de Políticas Públicas e Internacionais. v.3, n.1, Junho/2018, pp. 230-253. Disponível em: . Acesso em: 02 nov. 2018.
JESUS JÚNIOR, C. de; SIDONIO, L.; MORAES, V. E. G. de. Panorama das importações de trigo no Brasil. Agroindústria. BNDES, Setorial 34, p. 389-420. 2011. Disponível em: <https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/1602/1/A%20BS%2034%20Panorama%20das%20importa%C3%A7%C3%B5es%20de%20trigo%20no%20Brasil_P.pdf>. Acesso em: 10 de nov. de 2018.
KONZEN; R. R. P.; OLIVEIRA, C. A. Intercooperação entre cooperativas: barreiras e desafios a serem superados. Revista de Gestão e Organizações Cooperativas – RGC. Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria, RS. V.2, n.4, jul./dez., 45-58. 2015.
KRUGMAN, P. R.; OBSTFELD, M. Economia Internacional - Teoria e Política. São Paulo: Makron Books, 1999.
MAEHLER, A. E. et al. Integração Brasil – Argentina no Mercosul: Uma análise de seus efeitos a partir de um território de fronteira. Revista da Administração e Turismo - ReAT, vol. 8, n° 4, p. 792-811, janeiro-junho/2016. Disponível em: <https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/170740/001054770.pdf?sequence=1>. Acesso em: 09 nov. 2018.
MAGGIAN, R. C. FELIPE, F. I. Aspectos da competitividade da cadeia tritícola no Brasil e na Argentina. Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural. Porto Alegre, 2009. Disponível em: <https://www.cepea.esalq.usp.br/br/documentos/texto/aspectos-da-competitividade-da-cadeia-triticola-no-brasil-e-na-argentina-a-artigo-publicado-no-xlvii-congresso-da-sober-2009.aspx>. Acesso em: 30 de out. de 2018.
MINISTÉRIO DA SAÚDE/AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução – RDC N° 14, de 28 de março de 2014. Dispõe sobre matérias estranhas macroscópicas e microscópicas em alimentos e bebidas, seus limites de tolerância e dá outras providências. Disponível em: < http://bionovadesin.com.br/rdc-n-14/>. Acesso em: 17 de fev. de 2019.
MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES - MRE. Argentina: Comércio Exterior. Disponível em: <http://www.investexportbrasil.gov.br/sites/default/files/publicacoes/indicadoresEconomicos/INDArgentina.pdf>. Acesso: 02 nov. 2018.
MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA, COMÉRCIO EXTERIOR E SERVIÇOS (MDIC). Estatísticas do Comércio Exterior. 2018. Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/comercio-exterior/estatisticas-de-comercio-exterior/comex-vis>. Acesso em: 04 de nov. de 2018.
OLIVEIRA NETO, A. A. de; CANDICE, M. R. S (Orgs). A cultura do trigo. Brasília: Conab, 2017. 218 p.
PEROSA, B. B. Novos mecanismos de coordenação no mercado do trigo brasileiro no período 1990/2005. 2007. 165 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos. 2007. Disponível em: <https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/3537?show=full>. Acesso em: 07 nov. 2018.
PEROSA, B. B.; PAULILLO, L. F. Novas formas de coordenação setorial em cadeias agroindustriais após 1990: o caso dos elos tritícola e moageiro brasileiros. Gestão & Produção, São Carlos, v. 16, n. 1, p. 85-98, jan. - mar. 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/gp/v16n1/v16n1a09.pdf>. Acesso em: 07 nov. 2018.
PRODANOV, C. C; FREITAS, E. C. de. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013.
RAMOS, Albenides. Metodologia da pesquisa científica: como uma monografia pode abrir o horizonte do conhecimento. São Paulo: Atlas, 2009.
SECRETARÍA DE AGRICULTURA, GANADERÍA Y PESCA (SAGPYA). Resolución SAGPYA 334 de 2003 - Creación Programa Nacional De Calidad De Trigo. Dirección de Registro de Variedades. Buenos Aires, 23 de abr. 2003. Disponível em: <https://www.inase.gov.ar/index.php?option=com_remository&Itemid=102&func=startdown&id=569> Acesso em: 15 nov. 2018.
SOARES, R. P. Avaliação Econômica da Política Tritícola de 1967 a 1977. Brasília: Comissão de Financiamento da Produção, 1980. Disponível em: <https://home.unicruz.edu.br/wp-content/uploads/2018/05/Diego-Alexsander-F%C3%A1vero-O-COM%C3%89RCIO-BRASIL-%E2%80%93-ARGENTINA-AN%C3%81LISE-DO-MERCADO-INTERNACIONAL-E-VIABILIDADE-DA-TRITICULTURA.pdf>. Acesso em: 14 nov. 2018.
STOFFEL, J. A.; COLOGNESE, S. A. Formas de organização produtiva da pequena produção agrícola familiar no Oeste do Paraná: potencialidades e obstáculos. Cadernos de Economia, Chapecó, v. 9, n. 16, p. 25-42, 2005.