Para não espetacularizar o passado: memória, identidade étnica e educação patrimonial na construção do Memorial da Colônia Japonesa de Ivoti

Autores

  • Gabriela Dilly Faculdades Integradas de Taquara - Faccat/RS
  • Daniel Luciano Gevehr Faculdades Integradas de Taquara - Faccat/RS

DOI:

https://doi.org/10.26767/152

Resumo

O estudo problematiza o processo de criação de um lugar de memória na Colônia Japonesa de Ivoti, no Rio Grande do Sul. Criado a partir da necessidade de registro da trajetória de 26 famílias japonesas que se instalaram em Ivoti, no ano de 1966, o Memorial da Colônia Japonesa apresenta-se aqui como objeto de investigação, inserindo-se no campo dos estudos sobre a patrimonialização e a educação patrimonial em comunidade. O memorial caracteriza-se como um espaço de salvaguarda e também um lugar de comunicação entre culturas e temporalidades, apresentando-se ainda como um produto turístico propulsor da economia local. O memorial configura-se a partir de um viés participativo, em cujas decisões a comunidade envolveu-se diretamente, desde o planejamento do espaço que o abrigaria, até a memória coletiva a ser escolhida, preservada e representada nesse lugar.

Biografia do Autor

Gabriela Dilly, Faculdades Integradas de Taquara - Faccat/RS

Graduada em História e mestranda do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento
Regional das Faculdades Integradas de Taquara - Faccat/RS

Daniel Luciano Gevehr, Faculdades Integradas de Taquara - Faccat/RS

Graduado, mestre e doutor em história. Suas pesquisas privilegiam as temáticas como: história, educação, memória, gênero, patrimônio, imigração e desenvolvimento regional.

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