A questão ambiental e o desenvolvimento sustentável: um estudo exploratório com base nos fundamentos das teorias institucional e legitimidade

Autores

  • Berenice Beatriz Rossner Wbatuba
  • Cidônea Machado Deponti
  • Rosane Maria Seibert

DOI:

https://doi.org/10.26767/315

Resumo

O objetivo do estudo foi abordar a questão ambiental e o desenvolvimento sustentável à luz das teorias institucional e legitimidade, utilizando-se da análise empírica em duas empresas da região noroeste do estado do Rio Grande do Sul. A metodologia (Vergara, 2011) classifica a pesquisa quanto aos fins em um estudo exploratório, descritivo e explicativo, e, quanto aos meios, em bibliográfica e estudo de caso, por meio da aplicação de entrevista semiestruturada aos responsáveis pela gestão ambiental nessas empresas. Os resultados apontam que ambas empresas incorporam a questão ambiental na gestão dos negócios e primam pelo desenvolvimento sustentável de suas atividades, desenvolvendo medidas de prevenção e recuperação ambiental. Embora essas incorporações ocorram mais por exigência legal de mercado ou por gestão estratégica, caracterizando o poder das instituições (tanto por meio de normas de ordem legal, quanto relacionadas às crenças, costumes e jogo de poder implícito nas relações sociais da própria comunidade onde estão inseridas), elas também ocorrem pela necessidade do cumprimento do contrato social existente (legitimidade) entre as empresas e a comunidade. O trabalho demonstra a importância do estudo das teorias para o conhecimento da evolução humana e análise da questão ambiental e desenvolvimento sustentável nas organizações, porém a discussão não se esgota aqui.

Referências

ASHFORTH, B. E.; GIBBS, B. W. The double-edge of organizational legitimation. Organization Science, v. 1, n. 2, p. 177-194, 1990

BARBIERI, J. C. Gestão Ambiental Empresarial: conceitos, modelos e instrumentos. São Paulo: Saraiva, 2007.

BENKO, Georges. A Ciência Regional. Lisboa: Celta Editora - Oeiras, 1999.

BRAGA, C. Contabilidade Ambiental: Ferramenta para a Gestão da Sustentabilidade. São Paulo: Atlas, 2009.

COMMONS, John R. Institutional Economics. Pittsburgh: American Economic Review, 1931,

v. 21.

COOPERS, P. W. Integral Business: integrando sustentabilidade e estratégia de negócios. São Paulo: Atlas, 2003.

DOWLING, J.; PFEFFER, J. Organizational legitimacy: Social values and organizational behavior. Pacific Sociological Review, 1975.

ELIJIDO-TEN, E.; KLOOT, L.; CLARCKSON, P. Extending the application of stakeholder influence strategies to environmental disclosures: An exploratory study from a developing country. Accounting, Audititng & Accountability Journal, 2010.

GONÇALVES, A.; DESIDERIOI, A.; GUTTIERREZ, G. L. A Responsabilidade Social das Empresas. ORG & DEMO, v. 7, n. 1-2, jan./jun. - jul./dez. 2006.

HODGSON, Geofrey M. What are institutions? Journal of Economic Issues. v. XL n. 1, 2006.

LINDBLOM, C. The implications of organizational legitimacy for corporate social performace and disclosure. Critical Perspectives on Accounting Conference, 1994, s/n.

MEYER, M. Gestão ambiental no setor mineral: um estudo de caso. Dissertação (Mestrado em Engenharia da Produção) | Universidade federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2000.

MEYER, J. W.; ROWAN, B. Institutionalized organizations: formal structure as myth and ceremony. American Journal of Sociology, 1977, v. 83, p. 340-363.

NEU, D.; WARSAME, H.; PEDWELL, K. Managing public impressions: Environmental disclosures in Annual Reports. Accounting, Organizations and Society, 1998, p. 265-282.

NORTH, Douglass C. Institutions, institutional change and economic performance. Cambridge: Cambridge University, 1990.

O'DONOVAN, G. Environmental disclosures in the annual report: Extending the applicability and predictive power of legitimacy theory. Accounting, auditing and accountability Journal, 2002, p. 344-371.

O'DWYER, B.; OWEN, D.; UNERMAN, J. Seeking legitimacy for new assurance forms: The case of assurance on sustainability reporting. Accounting, Organizations and Society, 2011, p. 31-52.

POWELL, W. W.; DIMAGGIO P. J. The new institutionalism in organizational analysis. Chicago: University of Chicago, 1990.

SANTANA, A. Three Elements of Stakeholder Legitimacy. J. Bus Etchis, 2012.

SCOTT, W. R. The adolescence of institutional theory. Administrative Science Quarterly, 1987, v. 32, p. 493-511.

SELZNICK, P. Institucionalism Old and New. Administrative Science Quarterly: 1996, v. 41, n. 2, p. 270-277.

SOUZA, Renato Santos de. Entendendo a questão ambiental: temas de economia, política e gestão do meio ambiente. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2000.

SUCHMAN, M. Managing Legitimacy: Strategic and Institutional Approaches. Academy of Management Review: 1995, p. 571-610.

VEBLEN, Thorstein. A teoria da classe ociosa. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

VERGARA, S. C. Projetos e Relatórios em Administração. São Paulo: Atlas, 2011.

WEBER, M. Três tipos puros de poder legítimo. In: A. Morão. Três tipos de poder e outros escritos. (Lisboa: Tribuna da História, 2005. p. 1-16.

WILLIAMSON, Oliver E. La naturaliza de la empresa. Mexico: Fondo de Cultura Economica, 1996.

ZUCKER, L. G. Institutional theories of organization. Annual Review of Sociolog, 1987, v. 13, p. 443-464.

Downloads

Publicado

2015-12-28

Edição

Seção

Artigos