As consequências da BR 158/MT para o território indígena de Marãiwatsédé
DOI:
https://doi.org/10.26767/1669Resumo
O presente artigo analisa as consequências da rodovia BR 158/MT para a comunidade indígena do povo Xavante que vivia na área chamada Marãiwatsédé ao leste do Estado de Mato Grosso e sofreram com processos de remoção e expropriação de seu território. Este conflito iniciou na década de 1960 e expõe o protagonismo deste povo durante o processo de luta pela terra e retorno ao território já no ano de 2013. A metodologia utilizada, de cunho qualitativo, ancorar-se-á em pesquisa bibliográfico-documental e pesquisa de campo, por meio de entrevista não estruturada. Desta forma, o artigo apresenta as percepções de lideranças indígenas a respeito da rodovia que ora passava dentro de seu território e agora faz um contorno na mesma área. Com a intenção de atender as metas do governo federal, o estado de Mato Grosso priorizou o desenvolvimento econômico e as comunidades indígenas sofreram grandes perdas de seu território original. Um dos resultados deste artigo foi que mesmo achando a BR 158/MT extremamente necessária para sua sobrevivência, os líderes indígenas se queixam da não participação nas discussões que definem ações dentro de seus territórios.Referências
AXA, ARTICULAÇÃO XINGÚ ARAGUAIA. Posseiros retirados de Mariwatsede serão assentados em Santa Terezinha e Alto Boa Vista. 2014. Disponível em: https://axa.org.br/2014/02/posseiros-retirados-de-maraiwatsede-serao-assentados-em-santa-terezinha-alto-boa-vista/. Acesso em 08/04/2019.
BRASIL. IBGE Cidades. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mt/panorama>. Acesso em: 10/02/2019.
CANUTO, Antonio. O árduo e longo caminho para o e conhecimento dos direitos de comunidades tradicionais Direitos Humanos no Brasil 2012 Relatório da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos. In: MERLINO, Tatiana. MENDONÇA, Maria Luisa. Direitos Humanos no Brasil 2012: Relatório da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos. Disponível em: http://reporterbrasil.org.br/documentos/DH_relatorio_2012.pdf. Acesso em: 17/12/2019.
CASALDÁLIGA, P. Uma igreja na Amazônia em conflito com o latifúndio e a marginalização social. São Félix do Araguaia, 1971. Disponível em: http://www.servicioskoinonia.org/Casaldaliga/cartas/1971CartaPastoral.pdf>. Acesso em: 25/09/2019.
DELUCI, Luciana A.S. & PORTELA, Cristiane de Assis. Marãiwatsédé: Memória de Luta, Resistência e Conquista. XXVII Simpósio Nacional de História: ANPUH, RN, 2013.
DEMAMBRO, E. Eixo de integração viária: impactos econômicos e sociais da BR 158 sobre as cidades do Vale do Araguaia mato-grossense entre 2000 e 2014. Dissertação de mestrado. PUC Goiás. Goiânia, 2017.
DNIT. CONTRAN Limites legais. Disponível em: http://www1.dnit.gov.br/Pesagem/qfv%20pdf.pdf. Acesso em: 17/11/2015.
DNIT. Histórico do rodoviarísmo. Brasília. Disponível em: http://www1.dnit.gov.br/historico/. Acesso em: 18/01/2019.
FERRAZ & MAMPIERI. [Artigo]. Suiá Missú: um mito refeito. IN: ISA - Instituto Socioambiental, Povos Indígenas no Brasil 1991/95. 1994. Disponível em: ˂http://www.maraiwatsede.org.br/tags/documentos˃. Acesso em 20/05/2014.
GARFIELD, Seth. A luta indígena no coração do Brasil. Política Indigenista, a marcha para o Oeste e os índios Xavante (1937-1988). Trad. Claudia Sant’Ana Martins. São Paulo: Editora Unesp, 2011.
GALVÃO, J.A.C. “Colonização e cidades do Mato Grosso”. XXVII Simpósio Nacional de História, Conhecimento histórico e diálogo social. artigo, Natal, 2013.
GIACCCARIA, B. ENSAIOS: Pedagogia Xavante-Aprofundamento Antropológico. Missão Salesiana de Mato Grosso. Campo Grande, 1990.
GOLDENBERG, M. A arte de pesquisar: Como fazer pesquisa qualitativa em Ciências Sociais. Rio de Janeiro: Record, 1997.
GOMIDE, M. L, C. MARÃNÃ BÖDÖDI – a territorialidade Xavante nos caminhos do Ró. 2008. Tese (Doutorado em Geografia) – Departamento de Geografia, FFLCH/USP, São Paulo, 2008.
HEIDEGGER, M. (1993). Ser e Tempo. Petrópolis: Vozes. (Originalmente publicado em 1927).
OLIVEIRA, L. L. A Conquista do Oeste. Fundação Getúlio Vargas. CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, 2015. Disponível em: http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/JK/artigos/Brasilia/ConquistaOeste. Acesso em: 19/10/2016.
PÉREZ JÁUREGUI, M. I. El proyecto de vida laboral. 2016. Disponível em: <https://racimo.usal.edu.ar/4530/. Acesso em 10/04/2019.
POLLAK, Michael. Memória, esquecimento, silêncio. Revista Estudos Históricos, Brasil, v. 2, n. 3, p. 3-15, 1989.
REDE BRASIL ATUAL. Marãiwatsédé. Aqui viviam nossos ancestrais. 2014. Disponível em: <https://www.redebrasilatual.com.br/revistas/97/aqui-viviam-nossos-ancestrais-3809.html>. Acesso em: 13/03/2019.
ROCHA, L. Da terra onde se retira o pão também se constrói o território: as transformações socioterritoriais sofridas pelo Povo Xavante em decorrência do avanço do agronegócio na Terra Indígena Marãiwatsédé. Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação. Universidade Federal de Uberlândia. Uberlândia, 2018.
RODRIGUES, Patrícia de Mendonça. [Laudo]. Relatório de identificação da área indígena “Marãiwatsédé”. Brasília: FUNAI, Portaria n. 9 de 20/01/1992.
ROSA, J. C. e TAFNER, A. W. Jr. A luta pela terra Marãiwatsédé por meio da biografia de Damião Paridzané. 2018. Disponível em: <https://osbrasisesuasmemorias.com.br/wp-content/uploads/2018/04/Dami%C3%A3o-Paridzan%C3%A9.pdf>. Acesso em: 30/03/2019.
SR/DNIT/MT. Br 158/MT. Manual DNIT, 2015. Mato Grosso, Brasil. Disponível em: <http://www.dnit.gov.br/acesso-a-informacao/insitucional/copy_of_quem-e-quem/superintendencias-regionais-do-dnit-nos-estados/mato-grosso>. Acesso em: 17/07/2015.
SUDECO. Superintendência do Desenvolvimento do Centro Oeste, 2016. Disponível em: http://www.sudeco.gov.br/web/guest/historico. Acesso em: 10/12/2019.
TAFNER Jr., A. W; SILVA, F, C. Expropriação de terras e exclusão social na Amazônia MatoGrossense. PRACS: Revista Eletrônica de Humanidades do Curso de Ciências Sociais da
UNIFAP. Macapá, v. 8, n. 2, p. 87-117, jul./dez. 2015. Disponível em: https://periodicos.unifap.br/index.php/pracs. Acesso em: 16/03/2019.
VALE DOS ESQUECIDOS. Documentário-longa Metragem. Direção: Maria Raduan. Fotografia: Sylvestre Campe, color, (72 min.): Tucura Filmes, Brasil, 2010. Disponível em: ˂http://valedosesquecidos.com.br/#ficha-tecnica/maria-raduan˃. Acesso em: 25/04/2012.
WELCH, J.R et al. Na Primeira Margem do Rio: Território e Ecologia do Povo Xavante. Museu do Índio-funai, Rio de Janeiro, 2013.
