O planejamento das aulas de educação física para alunos com transtorno do espectro autista
Resumen
A falta de familiaridade de alguns professores de Educação Física com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode apresentar obstáculos significativos na concepção e implementação de suas aulas. Este estudo busca identificar as principais barreiras didáticas enfrentadas por esses professores em relação aos alunos com TEA. Dois docentes de Educação Física, que trabalham em escolas públicas, foram entrevistados individualmente por meio de um roteiro semiestruturado e elaborado pelos pesquisadores, abordando temas como conhecimento sobre TEA, recursos disponíveis para planejamento de aulas e desafios específicos no ensino de alunos com TEA. Os dados foram analisados qualitativamente com base nas respostas dos professores. Os resultados revelaram que um dos professores não havia recebido formação específica sobre autismo, enquanto o outro tinha algum conhecimento adquirido durante sua formação acadêmica. Ambos enfrentaram desafios relacionados à concentração, atrasos no desenvolvimento e comunicação dos alunos com TEA. A convivência com alunos sem deficiências foi relatada como positiva. Quanto ao método de Análise do Comportamento Aplicada (ABA), um dos professores demonstrou familiaridade e destacou sua eficácia, enquanto o outro não estava ciente deste método. Conclui-se que, além da formação inicial, é fundamental que os professores busquem constantemente atualizar seus conhecimentos sobre transtornos e deficiências, a fim de enfrentar melhor os desafios no planejamento e implementação de suas aulas.
Palavras-chave: Educação Física; Planejamento; Autismo; Escola.
Citas
ALENCAR DE SOUZA, R. F., PINTO DE SOUZA, J. C.. Os desafios vivenciados por famílias de crianças diagnosticadas com Transtorno de Espectro Autista. Perspectivas Em Diálogo: Revista De Educação E Sociedade, v.8, n.16, p.164-182, 2021. DOI: https://doi.org/10.55028/pdres.v8i16.10668
BRASIL. Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista; e altera o § 3º do art. 98 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Brasília, DF, 27 dez. 2012. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2012/lei-12764-27-dezembro-2012-774838-publicacaooriginal-138466-pl.html
BRASIL. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, Lei Federal nº 13.146, de 2015. Disponível em: https://www.gov.br/mdh/pt-br/navegue-por-temas/pessoa-com-deficiencia/acoes-e-programas/regulamentacao-de-artigos-da-lei-brasileira-de-inclusao-da-pessoa-com-deficiencia#:~:text=A%20Lei%20Brasileira%20de%20Inclus%C3%A3o,visando%20a%20sua%20inclus%C3%A3o%20social
CAMARGO, S. P. H., RISPOLI, M. Análise do comportamento aplicada como intervenção para o autismo: definição, características e pressupostos filosóficos. Revista Educação Especial, v.26, n.47, p.639–650, 2013. DOI: https://doi.org/10.5902/1984686X9694
FARIA, K. T., et al. Atitudes e práticas pedagógicas de inclusão para o aluno com autismo. Revista Educação Especial. v.31, n.61, 353–370, 2018. DOI: https://doi.org/10.5902/1984686X28701
FERREIRA NETO, R. B. Infraestrutura escolar e Educação Física: tensões e conflitos. Estudos Em Avaliação Educacional, v.31, n.76, p.231–256. DOI: https://doi.org/10.18222/eae.v0ix.6547
JORGE, R. P. C., et al. Diagnóstico do autismo infantil e suas repercussões nas relações familiares e educacionais. Revista Brasileira de Revisão de Saúde, v.2, n.6, p.5065–5077, 2019. DOI: https://doi.org/10.34119/bjhrv2n6-015
KANNER, L. Autistic disturbances of affective contact. Nervous Child. v.2, p.217-250. 1943. Disponível em: https://autismtruths.org/pdf/Autistic%20Disturbances%20of%20Affective%20Contact%20-%20Leo%20Kanner.pdf
MONTSERRAT, P. M. et al. A inclusão de alunos com TEA nas aulas de educação física pelo âmbito dos profissionais. Caderno De Educação Física E Esporte, v.20, e–27556, 2022. DOI: https://doi.org/10.36453/cefe.2022.27556
NASCIMENTO, J. P. A. et al. Avanços no Desenvolvimento Motor e Interação Social de Crianças com TEA Efeitos do Exercício Físico. Brazilian Journal of Implantology and Health Sciences, v.6, n.3, p.1605–1616, 2024. DOI: https://doi.org/10.36557/2674-8169.2024v6n3p1605-1616
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, 1978. Carta Internacional da Educação Física e dos Esportes. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000216489_por
OLIVEIRA, E. M. et al. O impacto da Psicomotricidade no tratamento de crianças com transtorno do Espectro Autista: revisão integrativa. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v.34, e1369, 2019. DOI: https://doi.org/10.25248/reas.e1369.2019
SCHLIEMANN, A., ALVES, M.L.T., DUARTE, E. Educação Física Inclusiva e Autismo: perspectivas de pais, alunos, professores e seus desafios. Revista Brasileira de Educação Física de Esporte. v.34, n.1, p. 77-86, 2020. Disponível em: https://www.revistas.usp.br/rbefe/article/view/173149
SILVA DE ANDRADE, M. et al. Representaciones sociales de profesores de educación física sobre el autismo: análisis de tesis y disertacio-nes defendidas en programas de posgrado brasileños. Retos, v.48, p. 327–332. 2023. DOI: https://doi.org/10.47197/retos.v48.95719
SOARES, W. D. et al. Conhecimento dos professores de educação física acerca do transtorno do espectro autista. Revista Biomotriz. v.17, n.1, p. 9–16, 2023. DOI: https://doi.org/10.33053/biomotriz.v17i1.817
SOUSA, B.D.M., CARDOSO, L.R.N., ROCHA, Y.F.O. Colaboração da Educação Física no desenvolvimento motor e cognitivo de crianças com Transtorno do Espectro Autista. Research, Society and Development. v.12, n.5, e2412541415, 2023.
