A NARRATIVA DO JARDIM, NO FILME “ZONA DE INTERESSE”

Resumo

Análise do espaço do jardim presente no filme dirigido por Jonathan Glazer, Zona de Interesse (2023), com o objetivo de demonstrar o caráter ambíguo existente na narrativa que utiliza deste espaço. Metodologicamente a análise se dá de forma comparativa através de pesquisa e compreensão histórica - cultural que fundamenta as bases conceituais da construção deste espaço criado para a trama. Os estudos partem da hipótese de que se por um lado o jardim se constitui um espaço idílico, amparado pelas práticas paisagísticas e higienistas Românticas, advindas dos séculos XVIII e XIX, por outro é também um elemento de representatividade do romantismo hipócrita do regime alemão do III Reich. Para elaboração da análise, autores como Berlin (2022,), Argan (1992) e Panzini (2013) auxiliam na compreensão do Romantismo destacado na análise fílmica, bem como na compreensão conceitual do espaço fílmico do jardim criado para o filme, resultante de práticas deturpadas advindas dos ideais românticos utilizadas pelo regime nazista. Teóricos como Cauquelin (2007) e Bernardo (2011) auxiliam na análise morfológica do espaço do jardim, cujas subdivisões espaciais integram a narrativa do filme e expõem a hipótese sugerida.