Centro de Serviços Compartilhados (CSC) à luz da identidade cooperativista: muito além da redução de custos
DOI:
https://doi.org/10.26767/2917Palabras clave:
CSC; Centro de Serviços Compartilhados; Cooperativa; Cooperativismo; Identidade Cooperativista.Resumen
A inovação, a tecnologia e a disrupção pautam os debates e estratégias nas organizações cooperativas. Essas possuem valores e princípios diferenciados, embora convivam no mercado com empresas mercantis. Neste contexto surge o CSC (Centro de Serviços Compartilhados) e este estudo atua sob uma lacuna que é o CSC à luz da identidade cooperativista, dos princípios e valores do cooperativismo. O objetivo do artigo é apontar caminhos para a análise dos ganhos potenciais de um CSC intra e interorganizacional em cooperativas, indo além da óbvia redução de custos que essa estratégia traz. Para alcançar o objetivo geral a metodologia utilizada foi o ensaio teórico. Como resultados indicou-se que as análises de CSC em cooperativas devem estar voltadas aos impactos positivos do CSC como indutor de inovação, um tanto diferente das empresas mercantis no qual o debate é mais focado na redução de custos. Conclui-se com o debate aqui apresentado que o CSC pode ser um indutor de inovação e assim apoiar o desenvolvimento das cooperativas e melhorar a satisfação dos cooperados.
Citas
ACI. Notas de orientación para los princípios cooperativos. Alianza Cooperativa Internacional. [S.l.]. 2015.
ALVES, C. N.; FORGIARINI, D. I. Desenvolvimento regional e cooperativismo: intersecções possíveis. In: Deponti, C. M. Extensão e Desenvolvimento Regional: da Teoria à Prática. João Pessoa: Eduepeb, 2021.
ALVES, C. N.; CADONÁ, M. A.; FORGIARINI, I. Cooperativismo e Desenvolvimento Regional: uma análise do movimento cooperativista no Brasil e seu papel para o desenvolvimento regional. Anais do V SEDRES - Inovação, sociedade e desenvolvimento regional: repercussões e contradições nos territórios V Seminário de Desenvolvimento Regional, Estado e Sociedade. Taubaté: EdUnitau, 2021.
BERGERON, B. Essentials of shared services. New Jersey: John Wiley & Sons, 2003.
BERTERO, C. O. Réplica 2 - o que é um ensaio teórico? Réplica a Francis Kanashiro Meneghetti. Revista Administração Contemporânea, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 338-342, abr.2011. DOI: 10.1590/S1415-65552011000200012
BIALOSKORSKI NETO, S. Economia e Gestão de Organizações Cooperativas. São Paulo: Atlas, 2012.
BORMAN, M. The Design and Success of Shared Services Centres. Ecis, v.6, 2209–2220, 2008.
BURNS, T. J., YEATON, K. G. Success factors for implementing shared services in government. IBMCenter for the Business of Government, 2008.
CHARTERINA, A. M. Los valores y los principios cooperativos. Revesco - Revista de Estudios Cooperativos. V. 61, p. 35-46, 1995.
CLEGG, S.; HARDY, C.; NORD, W.R. (Org.). Handbook de Estudos Organizacionais. V. 2 São Paulo: Atlas, 2006. Vol. 2, p.93-117.
DAVILA, T.; EPSTEIN, M. J.; SHELTON, R. As Regras da Inovação. Porto Alegre: Bookman, 2007.
DAVIS, T. R. V. Integrating shared services with the strategy and operations of MNEs. Journal of General Management, v. 31, n. 2, 2005.
DOLLERY, B., AKIMOV, A.; BYRNES, J. Shared services in Australian Local Government: Rationale, alternative models and empirical evidence. Australian Journal of Public Administration, v. 68, n. 2, p. 208–219, 2009. Disponível em: <https://doi.org/10.1111/j.1467-8500.2009.00635>. Acesso em: 06 jun. 2018.
DOSI, G. Technological paradigms and technological trajectories. Research Policy, v. 11, p. 147- 162, 1982.
FENEMA V.; B. KEERS; H. ZIJM. Interorganizational-Shared Services: Creating Value across Organizational Boundaries. Shared Services as a New Organizational Form, v. 13, p. 175-217, 2014. <https://doi.org/10.1108/S1877-636120140000013009>Acesso em: 08 mai. 2018.
FONTELA, R. L. M. Las relaciones entre los valores y principios cooperativos y los principios de la normativa cooperativa. Revesco – Revista de Estudios Cooperativos, v.124, p. 114-127, 2017.
FORGIARINI, D. I. Aprendizagem Interorganizacional em Cooperativas. 2019. 205 p. Tese (Doutorado em Administração) – Escola de Gestão e Negócios, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Porto Alegre, 2019.
FRANKE, W. Direito das sociedades cooperativas: (direito cooperativo). São Paulo: Saraiva, 1973.
FREEMAN, C. Technological infrastructure and international competitiveness. Industrial and Corporate Change, v. 13, n. 3, p. 541–569, 2004.
GOSPEL, H., SAKO, M. The unbundling of corporate functions: The evolution of shared services and outsourcing in human resource management. Industrial and Corporate Change, v. 19, n.5, 1367–1396, 2010.
GRIFFIN, A., ADAMS, S. Shared Services: A Recipe for Cost-cutting in Hospitals. Long Range Planning, v.14, n.6. p. 76-79, 1981.
GUY, G., FIELT, E.; GABLE, G. Exploring Shared Services from an IS Perspective: A Literature. Review and Research Agenda, v. 34, 2014.
HERBERT, I. P.; SEAL, W. B. Shared services as a new organisational form: Some implications for management accounting. The British Accounting Review, v.44, n.2, p. 83–97, 2012. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.bar.2012.03.006>. Acesso em: 08 mai. 2018.
HOLYOAKE, G. J. Os 28 tecelões de Rochdale. Porto Alegre: Sulina, 2014.
JANSSEN, M.; JOHA, A.; ZUURMOND, A. Simulation and animation for adopting shared services: Evaluating and comparing alternative arrangements. Government Information Quarterly, v.26, n.1, p. 15–24, 2009. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.giq.2008.08.004>. Acesso em: 10 mar. 2018.
JANSSEN, M.; JOHA, A. Motives for establishing shared service centers in public administrations. International Journal of Information Management, v.26, n.2, p. 102–115, 2006. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2005.11.006>. Acesso em: 03 abr. 2018.
JOHA, A.; JANSSEN, M. Public-private partnerships, outsourcing or shared service centres? Motives and intents for selecting sourcing configurations. Transform. Gov. People Process Policy v. 4, n. 3, p. 232–248, 2010.
JOHA, A.; JANSSEN, M. Factors influencing the shaping of shared services business models. Strategic Outsourcing: An International Journal, v. 7, n. 1, p. 47–65, 2014. https://doi.org/10.1108/SO-10-2013-0018
KAMAL, M. M. Shared services: lessons from private sector for public sector domain. Journal of Enterprise Information Management, v.25, n.5, p. 431–440, 2012. Disponível em: <https://doi.org/10.1108/17410391211265124>. Acessoem: 13 ago. 2018.
KLEINFELD, K., KRONAU, D., HOLTJE, J. Shared services - Theory and case Study: Siemens USA. In P. D. M. Eßig (Ed.), Perspektiven des Supply Management, pp. 329-346, Berlin Heidelberg: Springer, 2005.
KNOL, A., JANSSEN, M.; SOL, H. A taxonomy of management challenges for developing shared services arrangements. European Management Journal, v. 32, n.1, 91–103, 2014. Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.emj.2013.02.006>. Acesso em: 02 abr. 2018.
LÓTFI, S.; CASTRO, M. C.; GOMES, V. V. Centro de Serviços Compartilhados: Principais
conceitos e práticas. Nova Lima: FDC Executive, 2014.
MEIJERINK, J.; KATTELAAR, J.; EHRENHARD, M. Structuring Shared Services: Realizing SSC Benefits Through End-Users’ Usage of an HR Portal. Shared Services as a New Organizational Form Advanced Series in Management, v. 13, p. 105–131, 2014. Disponível em: <https://doi.org/10.1108/S1877-636120140000013006>. Acesso em: 19 set. 2018.
MENEGHETTI, F. K. O que é um ensaio-teórico? Revista Administração Contemporânea, Rio de Janeiro, v. 15, n. 2, p. 320-332, abr. 2011a. DOI: 10.1590/S1415-
MICHEL, M. H. Metodologia e pesquisa científica em ciências sociais: um guia prático para acompanhamento da disciplina e elaboração de trabalhos monográficos. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
MLADENATZ, G. História das Doutrinas Cooperativistas. Brasília: Confebrás, 2003.
MÜNKNER, H. H.; MATEUS, A. Annotiertes Genossenschaftsglossar, Annotated Co-operative Glossary, Glossário cooperative anotado. Geneva: International Labour Office, 2011.
NAMORADO, R. Introdução ao Direito Cooperativo. Coimbra: Almedina, 2000.
Namorado, R. O mistério do Cooperativismo. Coimbra: Almedina, 2013.
NIEHAVES, B.; KRAUSE, A. Shared service strategies in local government – a multiple case study exploration. Transforming Government: People, Process and Policy, v.4, n.3, p. 266–279, 2010. Disponível em: <https://doi.org/10.1108/17506161011065235>. Acesso em: 23 jun. 2018.
NONAKA, I.; TAKEUSHI, H. Criação de conhecimento na empresa. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
NOVKOVIC, S. Cooperative business: What is the role of cooperative principles and values? International Cooperative Alliance Research Conference Cork, Ireland, p. 11-14, 2005.
OECD. Oslo Manual: Proposed Guidelines for Collecting and Interpreting Technological Innovation Data 2ª Edição. Oslo: OECD, European Comission, Eurostat, 1997. Disponível em: <http://www.oecd-ilibrary.org/science-and-technology/proposed-guidelines-for-collecting-and-interpreting-technological-innovation-data_9789264192263-en>. Acesso em: Jun. 2020
PAAGMAN, A.; TATE, M.; FURTMUELLER, E.; DE BLOOM, J. An integrative literature review and empirical validation of motives for introducing shared services in government organizations. International Journal of Information Management, v.35, n.1, 110–123, 2015.
Disponível em: <https://doi.org/10.1016/j.ijinfomgt.2014.10.006>. Acesso em: 04 mai. 2018.
PINHO, D. B. Dicionário de Cooperativismo. São Paulo: USP, 1962.
PINHO, D. B. A educação cooperativa nos anos 2000 valorizando a cidadania brasileira. In:
SCHNEIDER, J. O. Educação Cooperativa e suas Práticas. Brasília: SESCOOP, 2003
PINHO, D. B. O cooperativismo: da vertente pioneira à vertente solidária. SP: Saraiva, 2004.
SCHNEIDER, J. O. A Doutrina do Cooperativismo: Análise do Alcance, do Sentido e da Atualidade dos seus Valores, Princípios e Normas nos Tempos Atuais. Revista do Centro Interdisciplinar de Desenvolvimento e Gestão Social, v. 3, n. 2, p. 251-273, Julho-Dezembro 2012. ISSN 1982-5447.
SCHNEIDER, J. O. Identidade Cooperativa: sua história e doutrina. Porto Alegre: Sescoop/RS, 2019.
SCHUMPETER, JOSEPH A. 1976. Capitalism, Socialism, and democracy, 5thd., London: Allen & Unwin, 1976.
SEAL, W.; HERBERT, I. Shared service centres and the role of the finance function. Journal of Accounting & Organizational Change, v.9, n.2, 188–205, 2013. Disponível em: <https://doi.org/10.1108/18325911311325951>. Acesso em: 25 set. 2018.
SINGH, P. J., & CRAIKE, A. Shared services: Towards a more holistic conceptual definition. International Journal of Business Information Systems, v. 3, n. 3, p. 217–230, 2008. https://doi.org/10.1504/IJBIS.2008.017282
STRIKWERDA, J. Shared service centers: From cost savings to new ways of value creation and business administration. Bondarouk, T. (Ed.). Shared Services as a New Organizational Form Advanced Series in Management, v.13, n.1, p. 1–15, 2014. Disponível em: Acessoem: 02 ago. 2021.
TAMMEL, K. Shared Services and Cost Reduction Motive in the Public Sector. International Journal of Public Administration. v. 40, p. 1-13, 2016. Disponível em:
TOMASINO, A. P.; FEDOROWICZ, J.; WILLIAMS, C. B. Public sector shared services move out of the back-office: The role of public policy and mission criticality. Data Base for Advances in Information Systems, v.48, n.3, 83–109, 2017.
ULBRICH, F. Implementing Centers of Excellence: A Case Study. AMCIS 2009 Proceedings. 696, 2009.
ULBRICH, F. Improving shared service implementation: adopting lessons from the BPR movement. Business Process Management Journal, v.12, n.2, p. 191–205, 2006. Disponível em: <https://doi.org/10.1108/14637150610657530>.Acessoem: 02 ago. 2021.
VEIGA, J. E. Para entender o Desenvolvimento. São Paulo: Editora 34, 2015.
WANG, S.; WANG, H. Shared services beyond sourcing the back offices: Organizational design. Human Systems Management, v.26, n.4, 281–290, 2007.
