Redes sociais e o perfil dos usuários: uma análise sobre as categorias gênero e sexo

Autores

  • Cristiano Rosa

Resumo

Na sociedade globalizada do século XXI, a tecnologia já deixou de ser uma alternativa de uso para se tornar uma ferramenta necessária e, a Educação, portanto, também acontece e permeia esse campo, proporcionando ensinos e aprendizagens, principalmente, em ambientes online por meio da interatividade. A utilização das redes sociais tem crescido muito nos últimos anos, possuindo os mais variados adeptos para as mais diversas finalidades. Nesse sentido, esta pesquisa objetiva investigar as categorias classificatórias dos usuários nas redes sociais, com enfoque na problematização do uso dos termos “gênero” ou “sexo” para identificar tais perfis, assim como as opções estabelecidas para resposta, no intuito de refletir o que esse item apresenta e ensina aos usuários. Para isso, buscaram-se como pressupostos teóricos, na linha da perspectiva pós-estruturalista, os Estudos Culturais, os Estudos de Gênero e os Estudos Queer, a fim de mapear as redes sociais nos aspectos que envolvem as questões de diferença e identidade dos sujeitos. Sendo sexo uma identidade biológica e gênero uma identidade cultural, linguística e social, foram analisadas dez das redes sociais mais utilizadas no Brasil para verificar a categoria utilizada para o perfil do usuário: Facebook, Instagram, Linkedin, Pinterest, Skype, Snapchat, Tumblr, Twitter, WhatsApp e YouTube. Enquanto quatro redes não solicitam tal informação (Linkedin, Snapchat, Tumblr e WhatsApp), três utilizam a categoria gênero (Facebook, Instagram e YouTube) e outras três usam o termo sexo (Pinterest, Skype e Twitter). Tais informações são solicitadas em seções de dados básicos dos usuários para preenchimento, e todas as seis redes que pedem a informação – oportunizando a escolha de exibição ou não dela no perfil –, mesmo utilizando a categoria sexo, possibilitam ainda a alternativa de adicionar gênero caso não se opte por feminino ou masculino. Portanto, percebe-se a existência de uma confusão teórica desses conceitos pelas redes sociais que se torna também uma confusão de ordem prática, quando se pensa o objetivo da exigência dessa informação e o que essas categorias ensinam e/ou reforçam aos usuários nas questões de suas identidades frente a recentes movimentos políticos e religiosos que tendem a controlar e impedir esse debate, principalmente, em ambientes escolares e entre os mais jovens.

Palavras-chave: Educação. Gênero. Redes sociais. Sexo. Tecnologia.

Publicado

2017-11-10