DA EXPERIÊNCIA AO CONSUMO: A SUBSTITUIÇÃO DA SALA DE CINEMA PELO ON DEMAND

Autores

  • Maurício Wamms da Luz

Resumo

Discute-se o cinema, considerando os aspectos históricos e os conceitos de sala escura, tempo, experiência e consumo, a partir da relação estabelecida entre o cinema e o indivíduo. É tomado como referência o advento do cinema e de seu amadurecimento enquanto espaço físico até a virtualização do consumo. De forma qualitativa e bibliográfica, o estudo objetiva discutir as transformações ocorridas no consumo dos filmes, sob a perspectiva dos espectadores, fundamentada em autores de referência sobre o tema e questiona a questão histórica, numa perspectiva interdisciplinar, para aproximar o debate cinema com o campo dos estudos sociais. A sala de cinema é historicamente um local em que os indivíduos se permitem à passividade em troca de novas experiências.

Referências

BERNARDET, J. C. Brasil em Tempo de Cinema: Ensaios sobre o Cinema Brasileiro. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978.

BICALHO, F. Cinearte 1926 - 1930: a política do estrelismo. Rio de Janeiro: Centro Interdisciplinar de Estudos Contemporâneos, Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1989.

BOURRIAUD, N. Estética relacional. São Paulo: Editora Martins, 2009.

CANCLINI, N. G. Culturas híbridas: conflitos multiculturais da globalização. Rio de Janeiro, Ed. UFRJ. 2010.

COELHO, T. Cultura e política cultural: cinco desafios para a década. Periférica, Cadiz, n. 17, 2016, p. 39-72.

COSTA, R. G. Os cinematógrafos do Rio de Janeiro (1896-1925). História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 5, n. 1, p. 153-168, jun. 1998. http://dx.doi.org/10.1590/s0104-59701998000100010.

DELEUZE, G. A imagem-tempo. Rio de Janeiro: Brasiliense, 1990. 352 p.

EISENSTEIN, S. A Forma do Filme. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002. 235 p. Apresentação, notas e Revisão técnica, José Carlos Avelar; Tradução, Teresa Ottoni.

ELSAESSER, T. Stop/Motion. In: ROSSACK, E. (ed.), Between Stillness and Movement: Film Photography Algorithms. Amsterdã: Amsterdam University Press, pp. 109-122, 2011.

FINGUERUT, S. Cinema Brasileiro: 90 Anos. Fundação Roberto Marinho, 1986

GOMES, P. E. Cinema: Trajetória no Subdesenvolvimento. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.

GONZAGA, A. Palácios e poeiras: 100 anos de cinemas no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Record/Funart, 1996. 351 p.

LYRA, B. A emergência de gêneros no cinema brasileiro: do primeiro cinema às chanchadas e pornochanchadas. Conexão - Comunicação e Cultura, Caxias do Sul, v. 6, n. 11, p. 141-159, 2007.

MACHADO, A. Pré-cinemas & pós-cinemas. Campinas: Papirus, 1997. 304 p.

MARTINS, L. R. Economia política da arte moderna/ providências para uma história crítica. Ars, São Paulo, v. 6, n. 12, p. 81-90, dez. 2008. https://doi.org/10.1590/S1678-53202008000200007

MULVEY, L. Death 24 x a second: stillness and the moving image. Londres: Reaktion Books, 2006.

OLMO, F. J.; DÍAZ, J. B. Opinión pública y nuevas estrategias comunicativas en la industria audiovisual: el caso de Netflix y la serie Sense8. Opinião Pública, v. 26, n. 2, p. 377-400, ago. 2020. https://doi.org/10.1590/1807-01912020262377

SIMIS, A. Estado e Cinema no Brasil. São Paulo: Annablume, 1996.

TERRAZA, C. H.; TRAVASSOS, L. O tempo do espectador: a fruição da imagem em movimento no espaço do museu. Galáxia, São Paulo, n. 37, p. 120-134, abr. 2018.http://dx.doi.org/10.1590/1982-2554130769.

VALIATI, V. A. Consumo audiovisual em plataformas digitais: a configuração de práticas e fluxos na rotina de usuários da Netflix. Galáxia, São Paulo, n. 45, p. 194-206, dez. 2020. Http://dx.doi.org/10.1590/1982-25532020346644

VASCONCELOS, E. H.; MATOS, R. F. Do prenúncio ao recomeço: A história do cinema brasileiro no início e no final do século XX. Oficina do Historiador, Porto Alegre, p. 113-127, 2012.

VIANY, A. Introdução ao Cinema Brasileiro. Rio de Janeiro: Alhambra-Embrafilme, 1987.

YÚDICE, George. A conveniência da cultura. In YUDICE, George. A conveniência da cultura. Belo Horizonte: UFMG, 2006, p. 25-64.

Downloads

Publicado

2023-02-10