Território e territorialidade: pode-se dizer que os agricultores e pecuaristas familiares são os guardiões do Pampa Gaúcho?
DOI:
https://doi.org/10.26767/colquio.22.3168Resumen
O território Pampa Gaúcho se estabelece através de relações e interações entre o ambiente e a sociedade que contemplam características materiais e imateriais. A agropecuária familiar presente no Bioma Pampa tem o potencial de dinamizar o cenário rural local, por meio da sua reprodução social. Nesse sentido, o estudo visa analisar a relação entre os agricultores e pecuaristas familiares com o território Pampa Gaúcho. A pesquisa possui abordagem qualitativa e caráter exploratório, realizada através de estudo de caso. Foram entrevistados onze agricultores e pecuaristas familiares, entre os meses de outubro de 2021 e fevereiro de 2022, bem como empregada a observação não participante nas unidades produtivas. O tratamento dos dados se deu através da análise de conteúdo. Os resultados indicam que os agricultores e pecuaristas familiares podem ser considerados os “guardiões” do Pampa, os primeiros ligados às questões físicas, rompendo em partes, com a territorialidade, criando novas territorializações e os segundos relacionados aos aspectos simbólicos do território. Os achados permitem identificar a organização de uma dinâmica socioambiental, cultural e econômica particular no Pampa Gaúcho. Ao passo que, nas últimas décadas, o Bioma teve sua área drasticamente reduzida ou convertida em lavouras de grãos, pautadas no modelo de agricultura moderna, que desconsidera todo o contexto sociocultural que há no território. Esses elementos justificam a necessidade de atenção por parte do poder público e da sociedade em prol da valorização da agricultura e pecuária familiar na localidade.
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