PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO DIGITAL PARA O ENSINO DE QUÍMICA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES

Resumo

A produção de material didático é comumente um desafio ao fazer docente, pois requer a fluência pedagógica para que ocorra a transposição didática, transformando os saberes – saber sábio ao saber a ser ensinado. No entanto observa-se que grande parte dos docentes prefere utilizar materiais didáticos que não são de sua autoria, como apostilas, livros, apresentações de slides e artigos. Materiais didáticos elaborados sem considerar o plano de ensino da disciplina e a área de formação do estudante, normalmente não atendem à necessidade dos estudantes e podem contribuir para a falta de interesse por parte desses, bem como induzir a dificuldades no processo de aprendizado. Desta forma cabe ao docente não apenas selecionar os conteúdos relevantes e abordá-los de forma contextualizada, traçando paralelos com a realidade onde os estudantes estão inseridos, mas também selecionar a mídia adequada a comunicação. Nesse sentido, o presente trabalho visa discutir aspectos relevantes da produção de material didático multimídia, especialmente para o ensino de química, tendo como aporte teórico a Teoria da Carga Cognitiva e a Teoria Cognitiva da Aprendizagem Multimídia, apoiados na metodologia da Pesquisa Baseada em Design (DBR). Porém, para que ocorra aprendizagem é indispensável que a informação seja processada, armazenada e recuperada para posterior utilização. Assim, o processo de autoria do material didático potencializa a performance docente na medida em que exige desse conceber os materiais de forma a minimizar a carga cognitiva irrelevante – que não contribui para a aprendizagem, bem como a sobrecarrega a memória de trabalho. Além disso é imprescindível que nesse processo o docente busque promover a carga cognitiva pertinente ou relevante - dedicada ao processamento, construção e automatização de esquemas e gerenciar a carga intrínseca, que é inerente ao conteúdo e não pode ser modificada.