ROTAÇÃO POR ESTAÇÕES E A APRENDIZAGEM NO ENSINO SUPERIOR: CONTRIBUIÇÕES DA AVALIAÇÃO DISCENTE
Abstract
Nossa sociedade tem gerado e disponibilizado um volume considerável de informações que podem ser acessadas, de forma ubíqua, por meio das tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC), fato que tem transformado as interações sociais e impregnado a sociedade de uma cultura digital. Observamos esses reflexos no campo educacional, em nosso País recentemente, acontecem discussões sobre a implementação de metodologias ativas, mediadas pelas TDIC, nos diferentes níveis de ensino. Essas estratégias pedagógicas se inserem com potencialidade para engajar alunos e professores na construção de conhecimentos. Dentro desse escopo, buscou-se trabalhar com a metodologia ativa denominada Ensino Híbrido ou Blended Learning, entendida como um modelo baseado na utilização de um conjunto de ferramentas das TDIC e estratégias pedagógicas, as quais, quando combinadas, permitem aos alunos comunicação e construção do seu conhecimento, de forma colaborativa, modificando o papel da tecnologia, de mera empacotadora e distribuidora de conteúdo, para uma experiência híbrida, unindo o presencial e o virtual. Dessa forma,a presente pesquisa teve o objetivo de investigar como a avaliação discente sobrea aplicação domodelo rotação por estações pode colaborarpara a compreensão da aprendizagemno ensino superior. Foi realizada uma pesquisa de caráter misto, do tipo estudo de caso, que abordou os assuntos mutações gênicas e a doença genética fenilcetonúria. A coleta de dados da avaliação discente sobre a aplicação do modelo rotação por estações foi realizada através de um questionário semiestruturado. Como principais resultados destacam-se os diferenciais de interação e dinamicidade propiciados pela metodologia. Os alunos ainda ressaltaram que foram desafiados a participar de maneira ativa, fato que colaborou na aprendizagem dos tópicos de genética humana, também salientaram o aspecto do engajamento do grupo para a realização das tarefas propostas no tempo previsto e a metodologia proporcionou uma maior proximidade entre alunos e professores. Além disso, a maioria dos discentes considerou que outras disciplinas do curso deveriam utilizar a referida metodologia. Os aspectos negativos apontam para a necessidade de organizar grupos menores e de ter um maior controle da participação dos integrantes do grupo nas atividades durante o processo. Concluiu-se que o modelo de ensino híbrido, rotação por estações, para o caso descrito, propiciou engajamento, colaborou para a aprendizagem dos assuntos abordados, aproximou alunos e professores, sendo necessário considerar novos estudos, por períodos mais longos e com público maior, para uma compreensão aprofundada da aplicação dessa metodologia ativa em cursos de graduação no ensino superior.