A INFLUÊNCIA DO BRINCAR NA CONSTRUÇÃO DE GÊNERO NA INFÂNCIA
Abstract
Na infância meninos e meninas são tratados de distintas maneiras pelos adultos, inserindo expectativas sociais pela diferença comportamental entre os gêneros influenciando as vivências da criança (FINCO, 2003; VIANNA & FINCO, 2009; VYGOTSKY, 1991) durante toda vida adulta. Os brinquedos e brincadeiras propostos estão cheios de intenções e expectativas, o que pode ser evidenciado ao compararmos os objetos recreativos ofertados à meninas e meninos. Com o intuito de analisar os impactos dessa influência do brincar na construção de gênero, o presente trabalho realiza um levantamento teórico referente às práticas pedagógicas inseridas no contexto educacional, analisando a importância de metodologias alternativas no processo de ensino-aprendizagem. A infância deve ser compreendida como um período de desenvolvimento cognitivo, onde o aprendizado é respeitado e não restringido. É necessário que os espaços educativos rompam paradigmas e permitam as crianças exercitarem plenamente suas capacidades, valorizando suas habilidades e preferências. Assim, é indispensável repensar as generalizações impostas às crianças e como elas normatizam seus corpos e ações; os impactos negativos que certas imposições virão a causar e estratégias para desconstruí-las. Alguns autores comentam sobre a importância de atividades em grupo sem a divisão entre os sexos, ou a distribuição de brinquedos neutros como recreação (KISHIMOTO & ONO, 2008; MASCARENHAS & EUGÊNIO, 2012; VIANNA & FINCO, 2009). Ambas as ações estimulam o aprendizado e não interferem no desenvolvimento pessoal. Finco (2003, p. 100) menciona que ao expor brincadeiras neutras estamos dando “possibilidade de serem eles mesmos e percorrerem novos caminhos, vivendo a infância com sua inteireza, em sua plenitude”. Neste contexto, as brincadeiras neutras são ideais para iniciar o debate a respeito das questões envolvendo a temática gênero. É preciso promover a equidade e o respeito mútuo entre os sexos e a escola é o lugar de debate inicial dessas questões, sobretudo, por ser no ambiente escolar onde essas questões são primeiramente percebidas e investigadas pelas crianças. Os professores, principalmente, devem abandonar o tradicionalismo cultural e auxiliar os estudante a transpor a normatividade de gênero.