Indicação geográfica para além do registro: desafios e o papel dos núcleos de inovação tecnológica.

Autores

  • Rodolpho da Cruz Rangel Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). https://orcid.org/0000-0001-8326-2281
  • Jaqueline Carolino Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).
  • Sergio Medeiros Paulino de Carvalho Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
  • Robson Antonio Grassi Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Palavras-chave:

Inovação. Indicação Geográfica. Economia. Propriedade Intelectual. Incubadora.

Resumo

O artigo aborda o uso da Indicação Geográfica (IG) para além do registro enquanto instrumento de Propriedade Intelectual. O objetivo é analisar as correlações entre IG e inovação, em uma perspectiva que amplie o espectro de análise, ou seja, não somente do ponto de vista normativo, mas conciliando com a análise das relações socioeconômicas que são derivadas da interação IG-inovação. O estudo propõe que a natureza específica do trabalho com as IG’s pode abrir novos caminhos de atuação para os Núcleos de Inovação Tecnológicas (NIT). A discussão teórica parte da perspectiva evolucionista ou neoshumpeteriana sobre inovação, por considerar ser relevante no trato das políticas públicas, interação social e institucional, aprendizagem. De modo pioneiro, são apresentados os principais resultados de 02 (dois) casos com projetos de apoio às IG’s através da gestão e intermediação de um NIT sediado no Estado do Espírito Santo. A metodologia foi organizada a partir de levantamento bibliográfico, revisão, discussão do referencial teórico e de fontes com informações secundárias. As principais conclusões evidenciam que o registro de IG não gera retorno financeiro e benefício em curto prazo aos produtores, de tal modo que se faz necessário maior grau de esforço na etapa pós-registro, além de inserir os produtos/serviços da IG em novos mercados e enfrentar barreiras de mercado. As inovações encontradas são categorizadas como incrementais e organizacionais. O framework de incubação encontrado, pode ser adaptado para políticas públicas. Propõe novos desenhos de políticas públicas e o papel que os NIT’s podem cumprir na gestão da inovação.

Biografia do Autor

Rodolpho da Cruz Rangel, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Doutorando em Economia no Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). 

Jaqueline Carolino, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Doutorado em Propriedade Intelectual e Inovação (INPI). Professora da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Sergio Medeiros Paulino de Carvalho, Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Doutorado em Política Científica e Tecnológica (UNICAMP). Professor do Programa de Pós-Graduação em Propriedade Intelectual Inovação e Desenvolvimento do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Robson Antonio Grassi, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Doutorado em Economia da Indústria e da Tecnologia (UFRJ). Professor do Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Referências

COSTA, C. O. M. Transferência de Tecnologia Universidade-Indústria no Brasil e a Atuação de Núcleos de Inovação Tecnológica. 2013. 51 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.

DIAS, F. de O; MAFRA, R. Z. Indicações Geográficas: um levantamento dos registros concedidos e em andamento junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (1999-2021). Cadernos de Prospecção, 2022, v. 15, n. 2, p. 634-648.

ESTIVAL, K. G. S.; CORREA, S. R. S.; CINTRA, L. A. V. Do Consumo de Chocolates à Produção Cacaueira: Alternativas para Agregar Valor à Cadeia Produtiva do Cacau Fino em Ilhéus - Bahia – Brasil. In: PONENCIA PRESENTADA AL VIII CONGRESO LATINOAMERICANO DE SOCIOLOGÍA RURAL. Porto de Galinhas/BA: 2010.

FALQUETO, K. A produção de Socol no município de Venda Nova do Imigrante- ES. Monografia (Pós-Graduação em Gestão do Agronegócio) – Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, 2010.

FERREIRA, M. C. Z.; TEIXEIRA, C. S. Os Núcleos de Inovação Tecnológica no Brasil. In: DEPINÉ, A.; TEIXEIRA. C. S. (Orgs.). Habitats de inovação: conceito e prática, São Paulo: Perse, 2018, 294p. v. I. Disponível em: <http://via.ufsc.br/wp-content/uploads/2018/05/HABITATS-DE-INOVACAO-conceito-e-pratica.pdf>. Acesso em: 30 set. 2022.

FREEMAN, C. Technology policy and economic performance. London: Pinter, 1987.

IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Levantamento Sistemático da Produção Agrícola. Governamental. 2019. Disponível em: https://sidra.ibge.gov.br/home/lspa/brasil. Acesso em: 23 out. 2022.

INPI - INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL. Manual de Indicações Geográficas. Diretoria de Marcas, Desenhos Industriais e Indicações Geográficas. 1ª Revisão. 2022. Disponível em http://manualdeig.inpi.gov.br/projects/manual-de-indicacoes-geograficas/wiki. Acesso em: 29 ago. 2022.

INPI – INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL. Pedidos de Indicação Geográfica no Brasil. 2022. Disponível em: https://bit.ly/35ZsfES. Acesso em: 29 ago. 2022.

JOHNSON, B.; LUNDVALL, B. A. Promovendo Sistemas de informação como resposta à economia do aprendizado crescentemente globalizada. In: LASTRES, H. M. M., CASSIOLATO, J. E., ARROIO, A. (Orgs.) Conhecimento, Sistemas de inovação e Desenvolvimento. Rio de janeiro: Contraponto, 2005. Cap.3, p.83-130

JUK, Y. V.; FUCK, M. P. Indicações geográficas e inovações: um estudo de caso do Vale dos Vinhedos. In: BUAINAIN, A. M.; BONACELLI, M. B. M.; MENDES, C. I. C. (Org.). Propriedade Intelectual e Inovações na Agricultura. Brasília; Rio de Janeiro: CNPq, FAPERJ, INCT/PPED, IdeiaD; 2015. p. 187-206.

KLOSOWSKI, A. L. M. Indicações geográficas e inovações na apicultura paranaense. Curitiba; Políticas Públicas no Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas do Setor de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Paraná. 2021

LUNDVALL, B. A. Innovation as an interactive process: from users-producers interaction to the national system of innovation. In: DOSI, G. et al. (Ed.). Technical change and economic theory. Londres: Pinter Publishers, 1988.

MACHADO, H. P. V.; SARTORI, R. Uma análise sobre a institucionalização dos Núcleos de Inovação Tecnológica no Brasil. In: CONGRESSO LATINO-IBEROAMERICANO DE GESTÃO DA TECNOLOGIA, 16, 2015, Porto Alegre. Anais de Inovação para além da tecnologia. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2015. Disponível em: http://altec2015.nitec.co/altec/papers/763.pdf. Acesso em: 23 ago. 2022.

MATIOLLI, M.; TOMA, E. Proteção, apropriação e gestão de ativos intelectuais. Belo Horizonte: Instituto Inovação, 2009.

PELLIN, V.; VIEIRA, A. C. P. Indicações geográficas no Brasil: uma perspectiva pro- -registro. In: LOCATELLI, L. (Org.). Indicações geográficas: desafios e perspectivas nos 20 anos da Lei de Propriedade Industrial. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2016, p. 89-112.

PIGATTO, G. A. S.; NETO, E. T.; BAPTISTA, R. D. A influência do ambiente institucional informal na produção de cacau na região de Linhares/ES: análise de fatores culturais e a indicação geográfica. Desenvolvimento Regional em Debate, 2019, v. 9, n. 2, p. 203-228.

RODRIGUES, F. C. R.; GAVA, R. Capacidade de apoio à Inovação dos Institutos Federais e das Universidades Federais no Estado de Minas Gerais: um estudo comparativo. Revista Eletrônica de Administração, [S.l.], v. 22, n. 1, p. 26-51, jan.-abr. 2016. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-23112016000100026&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 3 out. 2022.

SCHUMPETER, J. A. Capitalismo, socialismo, democracia. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1961. Edição original: 1942.

SCHUMPETER, J. A. Teoria do desenvolvimento econômico: uma investigação sobre lucros, capital, crédito, juro e o ciclo econômico. São Paulo: Nova Cultural, 1982. Os Economista. Edição original: 1911.

TEECE, D. J. Profiting from technological innovation: implications for integration, collaboration, licensing and public policy. Research Policy, v. 15, n. 6, p. 285–305, 1986.

TIDD, J.; BESSANT, J.; PAVITT, K. Managing innovation: integrating technological, market and organizational change. 3. ed. Chichester: John Wiley & Sons, 2005.

VIEIRA, A. C. P.; BUAINAIN, A. M.; BRUCH, K. L. A indicação geográfica como estratégia para minimizar a assimetria de informação. In: BUAINAIN, A. M.; BONACELLI, M. B. M.; MENDES, C. I. C. (Org.). Propriedade Intelectual e Inovações na Agricultura. Brasília; Rio de Janeiro: CNPq, FAPERJ, INCT/PPED, IdeiaD; 2015. p. 207-224.

VIEIRA, A. C. P.; LOURENZANI, A. E. B. S.; BRUCH, K. L.; LOCATELLI, L.; GASPAR, L. C. M. (Org.). Desenvolvimento regional e indicações geográficas de café no Brasil: perspectivas pós-registro. Indicações geográficas, signos coletivos e o desenvolvimento local/regional. Erechim: Deviant, 2019. cap. 7, p. 171-198.

VIEIRA, L. H. S; CARMO, E. S.; MOREIRA, R. M. G.; SIQUEIRA, E. A.; GALVÃO, M. S. T. N. Experiências de uma associação de produtores em processo de pré-incubação: a alavancagem da indicação de procedência “venda nova do imigrante” para Socol. In: DO CARMO, J. P.; RANGEL, R. C. Empreendedorismo e inovação em rede [recurso eletrônico]: os 10 anos da Incubadora do Ifes. Edifes, 2021, p. 147-168.

VON JELITA, R. R. R.; MACHADO, R. F.; LIMA, J. P.; VIEIRA, M. L. H. Núcleos de Inovação Tecnológica. Publicações da Escola da AGU, [S.l.], 2012, v.2, n. 14, p. 130-152. Disponível em: https://seer.agu.gov.br/index.php/EAGU/article/view/1675/1354. Acesso em: 31 ago. 2022.

Downloads

Publicado

2024-04-20

Edição

Seção

Artigos