Benefícios e desafios da produção e consumo de alimentos nativos e tradicionais em comunidade agroextrativista no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26767/coloquio.v20i2,%20abr./jun..2727

Palavras-chave:

alimentos nativos, alimentos tradicionais, agroextrativismo, Amazonia

Resumo

O intento deste trabalho foi de compreender as percepções de pessoas pertencentes a uma comunidade extrativista do Pará sobre os benefícios e as dificuldades em manter suas práticas produtivas e de consumo de alimentos nativos/tradicionais, e com isso identificar e problematizar os elementos referentes à alimentação atual e sua relação com a sustentabilidade no que diz respeito ao meio ambiente, às questões culturais, de saúde e econômicas. Foram entrevistadas dezessete pessoas dentre agricultores, extrativistas e pescadores artesanais pertencentes ao Projeto de Assentamento Agroextrativista Lago Grande, Santarém-PA. As entrevistas foram analisadas a partir da análise de conteúdo. Sobre os desafios há preocupações ambientais, econômicas e nutricionais devido à sazonalidade dos produtos, oscilação de preços e aumento no consumo de alimentos industrializados. Dentre os benefícios destacam-se os nutricionais, dada a diversidade de alimentos e seus nutrientes; os socioculturais, pois fortalecem as relações entre consumidores e agroextrativistas e estratégias como a ajuda mútua; os econômicos, visto o incremento de renda advinda de circuitos curtos de comercialização; ambientais, por manterem formas de produção mais afins à preservação da natureza. Destaca-se que este tipo de sistema alimentar deve ser valorizado e fortalecido.

Biografia do Autor

Bruna Viana Nobre, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)

Mestrado em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável (UFFS). 

Rozane Marcia Triches, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)

Doutorado em Desenvolvimento Rural (UFRGS). Professora do Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável.

Referências

Arruda, R. Populações tradicionais e a proteção dos recursos naturais em unidades de conservação. Revista Ambiente e Sociedade - Ano II. DOI: [on line] https://doi.org/10.1590/S1414-753X1999000200007, 1999.

Caporal, F. Agroecologia: uma nova ciência para apoiar a transição a agriculturas mais sustentáveis. Agroecologia: uma ciência do campo da complexidade. Brasília, 2009; pp.9-64.

Belleti, G. e Marescotti, A. Cadeias curtas e redes agroalimentares alternativas: negócios e mercados da agricultura familiar: negócios e mercados da agricultura familiar [on line]. Porto Alegre. 2017, 520p.

Diegues, A. O mito moderno da natureza intocada. 6 ed. Nupaub-USP/CEC. São Paulo, 2008.

Diniz, J. e Cerdan, C. Produtos da sociobiodiversidade e cadeias curtas: aproximação socioespacial para uma valorização cultural e econômica. In: Gazolla, M.; Schneider, S. Cadeias curtas e redes agroalimentares alternativas: negócios e mercados da agricultura familiar. Porto Alegre, 2017; pp. 259-280.

Folhes, R. Cenários de Mudanças de uso da terra na Amazonia: Explorando uma abordagem participativa e multi-escala no PA-Lago Grande, em Santarém-PA. Universidade Federal do Pará, Belém, 2010.

Folhes, R. et al.Cenários participativos de mudanças no uso da terra na Amazônia: o caso de Vila Brasil no Projeto de Assentamento Agroextrativista do Lago Grande, PA. Campo Território: revista de geografia agrária, v. 7, n. 14, pp. 1-34, 2012.

Francia, M. Explorando os benefícios e desafios das comunidades indígenas alimentos em um contexto africano usando um estudo de caso de hortas comunitárias no cabo ocidental da África do Sul. Tese de Mestrado. Stellenbosch, 2018.

Giménez et al.Escalamiento de la agroecología: impulsores clave y casos emblemáticos’. Cuaderno de trabajo Nº.1 Grupo en masificación de la agroecologia, pp. 1-40, 2019.

Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção a Saúde, Departamento de Atenção Básica. Guia Alimentar para a População Brasileira [on line], Brasília, 2014. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf

(Acessado em 26 de Março de 2022).

Guzman, E. Uma estratégia de sustentabilidade a partir da Agroecologia’. Agroecol.e Desenv.Rur.Sustent.,Porto Alegre, v.2, n.1, 2001.

Kattides, M. e Lima, M. Mudando Sistemas Alimentares e Implicações para Comunidades Sustentáveis: Chipre, Canadá e Brasil’. Environments Journal Vol 36, pp.1-16, 2008.

Martins, S. Formação de coordenadores e multiplicadores socioambientais’. Texto base para os Núcleos de Educação Ambiental da Agenda 21 de Pelotas. 2004.

Matos, G. e Ferreira, M. Educação em Comunidades Amazônicas’. Revista de Educação PUC-Campinas, vol. 24 No. 3 pp. 1-17, 2019.

Minayo, C et al. Pesquisa social: Teoria, método e criatividade’.[on line]. Petrópolis, Rio de Janeiro. 2009. https://wp.ufpel.edu.br/franciscovargas/files/2012/11/pesquisa-social.pdf. (Acesso em 14 de Novembro de 2021).

Nascimento, R. Formação de preço: um estudo de caso na produção de farinha de mandioca em uma propriedade rural em Capanema Pará. Universidade Federal Rural da Amazônia, Capanema, 2017.

Nascimento, E. Guerra, G. Quintais multifuncionais: a diversidade de práticas produtivas e alimentares desenvolvidas pelas famílias da comunidade quilombola do Baixo Acaraqui, Abaetetuba, Pará’. Revista IDeAS, v. 8, n. 2, pp 1- 34, 2014.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. https://brasil.un.org/pt-br/sdgs. (Acessado em 23 de janeiro de 2022).

Perez-Cassarino,J. e Ferreira, A. Redesenhando os mercados: a proposta dos circuitos de proximidade. Redesigning markets: the proposal of proximity circuits’. Espacio Regional Vol. 1, n.º 13, pp. 49 – 65, 2016.

Rocha, C. Por uma nova ciência para a promoção de sistemas alimentares sustentáveis. In: Abastecimento alimentar: redes alternativas e mercados institucionais / Org. Perez-Cassarino [et al].-- Chapecó: Ed. UFFS; Praia, Cabo Verde: UNICV, pp.322. 2018.

Sabourin, E. Camponeses do Brasil entre a troca mercantil e a reciprocidade’. Traduzido do francês por Leonardo Milani. Copyright © 2009, Título original: Paysans du Brésil, entre échange marchand et réciprocité Publicado por Editions Quae, Versailles.

Sachs, I. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro. Garamond, 2002. https://books.google.com.br. (Acessado em 20 de janeiro de 2022).

Salgado, C. Segurança alimentar e nutricional em terras indígenas. 2007. http://www.funai.gov.br. (Acessado em 15 de fevereiro de 2022).

Santos, A. e Claudino, L. Agricultura e segurança alimentar em comunidades quilombolas na Amazônia brasileira: o caso da produção de farinha de mandioca em Abaetetuba, Pará, Brasil’. Revista Humanidades e Inovação v.7, n.16, 2020.

Santos, D. et al. Saberes tradicionais sobre plantas medicinais na conservação da biodiversidade amazônica. Ciências em Foco, 2019. [on line]. https://econtents.bc.unicamp.br/inpec/index.php/cef/article/view/9894 (Acessado em 23 de Novembro de 2021).

Silva, A. Sistemas agroflorestais ribeirinhos no Pae Ilha Mamangal, Igarapé-Miri, Pará’, 2018. <<https://sucupira.capes.gov.br/>>. (Acessado em 29 de Outubro de 2021).

Silva, L. et al. Uma perspectiva decolonial na abordagem da construção da resistência e mobilização das comunidades de Juruti Velho em face do advento da Alcoa em seu território, estado do Pará, Amazônia, Brasil’. Embrapa Amazônia Ocidental, 2020 [on line]. https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1132064/. (Acessado em 10 de Novembro de 2021).

Silva, R. e Talamoni, J. Uma experiência de investigação social no Baixo Amazonas. Revista Ciência em Extensão, Unesp, v.4, n.1, p.60, 2008 [on line]. https://www.researchgate.net/publication/47380723. (Acessado em 05 de Dezembro de 2021).

Sousa, L. et al. Diagnóstico rural participativo da comunidade de Lavras, Santarém/PA, Amazônia. Natural Resources, v.10, n.2, p.44-48, 2020.[online]. https://www.sustenere.co/index.php/naturalresources/article/view/CBPC2237-9290.2020.002.0006. (Acessado em 25 de Outubro de 2021).

Downloads

Publicado

2023-05-31

Edição

Seção

Artigos