O saneamento básico nos municípios de Santa Catarina: uma análise cluster

Autores

  • Douglas Heinz
  • Gleice Carvalho de Lima Moreno
  • Nelson Hein

DOI:

https://doi.org/10.26767/1888

Resumo

O saneamento básico é uma política pública essencial para o desenvolvimento do país, por gerar ambientes salubres que resultam na melhoria da saúde pública. O trabalho eficiente e eficaz do governo quanto ao prévio alinhamento das ações governamentais em relação às necessidades básicas da sociedade é imprescindível por garantir melhorias das condições de vida nas regiões brasileiras. Buscando reforçar essa indagação, o presente estudo trata em particular do Estado de Santa Catarina, classificando os 295 municípios catarinenses de acordo com o seu nível de atendimento à população em três procedimentos de saneamento básico: o abastecimento de água, a rede de esgotamento sanitário e a coleta de resíduos sólidos. Através de duas técnicas de análise de clusters foram identificados três agrupamentos de municípios com características comuns nos serviços de saneamento básico prestados à população. O primeiro cluster possui boa cobertura nos três procedimentos, o segundo é deficiente em esgotamento sanitário e o terceiro possui carências em todos os aspectos avaliados. Evidenciamos um desbalanceamento no acesso a serviços básicos de saneamento capaz de gerar impactos negativos também em outras áreas, como a saúde pública. Entre todos os itens avaliados, o esgotamento sanitário é o mais crítico, com atendimento médio muito baixo merecendo, portanto, uma especial atenção.

Referências

ARAÚJO, F. C. de; BERTUSSI, G. L. Saneamento básico no Brasil: estrutura tarifária e regulação. Planejamento e Políticas Públicas. n. 51, p. 165-202, 2018.

BARBIERI, J. C.; GIMENES, R. M. T.; FAVERO, M. B.; GIMENES, F. M. P.; BORSATTO JÚNIOR, J. L. Investimentos em saneamento básico e taxas de mortalidade infantil nos municípios da região da AMUSEP. Revista de Ciências Empresariais UNIPAR, v. 16, n. 2, pp. 245-282, jul./dez. 2015.

BORJA, P. C. Política pública de saneamento básico: uma análise da recente experiência brasileira. Revista Saúde e Sociedades, São Paulo, v. 23, n. 2, p. 432-447, 2014.

BRASIL. Lei 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/

_Ato2007-2010/2007/Lei/L11445.htm> Acesso em: 29 ago 2019.

CRESWELL, John W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. Artmed, 2010.

DANTAS, F. V. A.; LEONETI, A. B.; OLIVEIRA, S. V. W. B. de; OLIVEIRA, M. M. B. de. Uma análise da situação do saneamento no Brasil. FACEF Pesquisa: Desenvolvimento e Gestão. v. 15, n. 3, pp. 272-284, 2012

DIAS, D. M. dos S.; RAIOL, R. W. G.; e NONATO, D. do N. Saneamento e direito à cidade: Ponderações sobre abastecimento de água e esgotamento sanitário na cidade de Belém/PA. Revista de Direito da Cidade, vol. 09, n. 4, p. 1784-1814, 2017.

FERREIRA, P. da S. F.; MOTTA, P. C.; SOUZA, T. C. de; SILVA, T. P. da; OLIVEIRA, J. F. de; e SANTOS, A. S. P. Avaliação preliminar dos efeitos da ineficiência dos serviços de saneamento na saúde pública brasileira. Revista Internacional de Ciências, Rio de Janeiro, vol. 06, n. 02, p. 214-229, jul-dez, 2016

FRANÇA, R. G.; e RUARO, E. C. R. Diagnóstico da disposição final dos resíduos sólidos urbanos na região da Associação dos Municípios de Alto Irani (AMAI) Santa Catarina. Revista da Ciência & Saúde Coletiva, vol. 14, n. 6, p. 2191-2197, 2009.

IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Diretoria de Pesquisa. Coordenação de Trabalho e Rendimento. Pesquisa Nacional por amostra de domicílio contínua, 2019. Disponível em <http://www.tratabrasil.org.br/uploads/liv101654-informativo.pdf> Acesso 01 set 2019.

JUNG, Carlos Fernando. Metodologia para pesquisa & desenvolvimento: aplicada a novas tecnologias, produtos e processos. Rio de Janeiro: Axcel Books do Brasil Editora, 2004

LANDIS, J. R.; KOCH, G. G. The Measurement of Observer Agreement for Categorical Data. Biometrics, v. 33, n. 1, pp. 159–174, 1977.

LAVNITCKI, L.; BAUM, C. A.; BECEGATO, V. A. Política nacional de resíduos sólidos: abordagem da problemática no Brasil e a situação na região Sul. Ambiente e Educação. v. 3, n. 23, p. 379-401, 2018

LEONETI, A. B.; PRADO, E. L. do; e OLIVEIRA, S. V. W. B. de. Saneamento básico no Brasil: considerações sobre investimentos e sustentabilidade para o século XXI. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, vol. 45, n. 2, p. 331-348, Mar/Abr. 2011.

LIMA, J. D. de; JUCÁ, J. F. T.; REICHERT, G. A.; e FIRMO, A. L. B. Uso de modelos de apoio à decisão para análise de alternativas tecnológicas de tratamento de resíduos sólidos urbanos a Região Sul do Brasil. Revista de Engenharia Sanitária e Ambiental, vol. 19, n. 1, jan./mar. 2014.

LIMA, J. R. O.; SANTOS, E. L. N dos; e MEDEIROS, J. P. de. Saneamento e saúde pública: análise das relações entre indicadores no Estado do Rio Grande do Norte. Revista Metropolitana de Sustentabilidade, vol. 7, n. 2, p. 134-151, maio/ago. 2017.

LOPES, W. G. R.; LIMA, A. J. de; VIANA, B. A. da S.; RODRIGUES NETO, E. X.; e NOGUEIRA, R. H. N. Reflexões sobre o Plano Diretor como instrumentos de gestão em municípios brasileiros. Geo UERJ, Rio de Janeiro, n. 30, p. 145-168, 2017.

MALHOTRA, N. K. Pesquisa de marketing: uma orientação aplicada. 7. ed. – Porto Alegre: Bookman, 2019.

MELO, F. J. da S.; SILVA FILHO, J. A. da; ANDRADE, S. N. de; VIEIRA, Z. C. Análise do saneamento básico e saúde pública na cidade de Pombal, Paraíba. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, vol. 12, n. 1., p. 74-78, 2017.

PALUDO, J. R.; BORBA, J. Abastecimento de água e esgotamento sanitário: estudo comparado de modelos de gestão em Santa Catarina. Ambiente & Sociedade. v. XVI, n. 1, pp. 59-78, 2013.

PORTAL DE TRATAMENTO DE ÁGUA. SC tem menor taxa de tratamento de esgoto da região Sul, 2018. Disponível em: https://www.tratamentodeagua.com.br/sc-menor-taxa-tratamento-esgoto/ Acesso em: 27ago2019.

ROSA, F. S. da; DIAZ-BECERRA, O. A.; e LUNKES, R. J. Saneamento básico: análise da relação entre gastos públicos e atendimento à população em cidades brasileiras e peruanas. Revista Científica General José Maria Córdova, Bogotá, Colômbia, vol. 14, n. 18, p. 195-213, jul./dez. 2016.

ROMERO-ESQUIVEL, L. G.; PIZZOLATTI, B. S.; e SENS, M. L. Potencial de aplicação da filtração em margem em Santa Catarina, Brasil. Revista Interciência, vol. 41, n. 11, p. 740-747, nov/2016.

RONCHI, L.; OLIVEIRA, P. R. V. de; PARISOTTO, I. R. dos SANTOS; e GOMES, G. A prática do consumo sustentável entre estudantes universitários. Revista Metropolitana de Sustentabilidade – RMS, São Paulo, vol. 6, n. 1, 0. 118-138, jan./abr. 2016.

SANTA CATARINA. Plano estadual de resíduos sólidos de Santa Catarina. Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Diretoria de Saneamento e Meio Ambiente. Florianópolis: SDS, 2018. Disponível em <http://perssc.premiereng.com.br/documentosdow/PANORAMA%20DOS%20RS%20EM%20SC%20-%20VOL%20I.pdf>. Acesso em 28 jul. 2019

SAIANI, C. C. S.; e TONETO JR., R. Evolução do acesso a serviços de saneamento básico no Brasil (1970 a 2004). Revista Economia e Sociedade, Campinas, v. 19, n. 1 (38), p. 79-106, abr/2010.

SEIDEL, E. J. MOREIRA JÚNIOR, F. de J.; ANSUJ, A. P.; NOA, M. R. C. Comparação entre o método Ward e o método K-médias no agrupamento de produtores de leite. Ciência e Natura, v. 30, n. 1, pp. 7–15.

SNIS – SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES DE SANEAMENTO. Série Histórica. Disponível em < http://www.snis.gov.br/aplicacao-web-serie-historica> Acesso 01 set 2019.

SOARES, S. R. A.; BERNARDES, R. S.; e CORDEIRO NETTO, O. de M. Relações entre o saneamento, saúde pública e meio ambiente: elementos para formulação de um modelo de planejamento em saneamento. Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 18, n. 6, p. 1713-1724, nov-dez, 2002.

TEIXEIRA, J. C. et al. Study of the impact of deficiencies of sanitation on public health in Brazil from 2001 to 2009. Engenharia Sanitária Ambiental, v. 19, n. 1, pp. 87-96, 2014.

Downloads

Publicado

2020-12-30

Edição

Seção

Artigos