PENSAMENTO LENTO, UM MANIFESTO
Resumo
Este ensaio filosófico apresenta o Pensamento Lento como parte do Movimento Lento (Honoré, 2004), iniciado na Itália em 1986 com o protesto da Comida Lenta (Petrini, 2004). O autor, psicólogo, psiquiatra e filósofo, propõe sete pilares do Manifesto do Pensamento Lento. O Pensamento Lento é: (1) peripatético, dialógico e face a face (refletindo o trabalho de Sócrates; Bakhtin, 1983; e Levinas, 2000); (2) seu próprio tempo e lugar; (3) sui generis, não orientado para outro (vivere vitam de Agamben); (4) poroso, aberto (Benjamin & Lacis, 2007); (5) brincalhão (Homo ludens; Huizinga, 1955); (6) um contra-método (arqueologia filosófica; Agamben, 2009a); e (7) deliberado, proposital (advertência filosófica, "Não tenha pressa", Wittgenstein, 1980a). A importância desse manifesto é transmitida por insights importantes sobre a natureza do pensamento. Precisamos de uma filosofia do Pensamento Lento para facilitar o pensamento em um diálogo mais lúdico e poroso sobre o que significa viver. Nós devemos imaginar o curso da vida de maneira diferente da velocidade ou dos marcos. O Pensamento Lento apela à reflexão antes da convicção, à clareza antes da chamada à ação. Os verdadeiros filósofos abrem possibilidades de pensamento e vida, antifilósofos fecham possibilidades.Referências
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