“A UTI fica mais colorida e animada”: percepções da equipe de saúde acerca dos benefícios da entrada de crianças em UTI Adulta

Autores

  • Amanda Wecker
  • Jéssica Schuster Weizenmann
  • Katiele Lubianca Sander Nunes
  • Rhaíra Côrrea
  • Carmen Esther Rieth

Resumo

A Unidade de Terapia Intensiva é destinada ao cuidado de pacientes críticos, dispondo de cuidados complexos e controles rigorosos. Inúmeros hospitais proíbem a entrada de menores de 12 anos nestas unidades. No hospital onde se realizou a pesquisa, se construiu um trabalho interdisciplinar para viabilizar as visitas. A equipe de Psicologia faz uma intervenção com a criança, onde são avaliados seu contexto familiar e as informações já concedidas a esta para que, por meio de estratégias lúdicas, possa informar sobre o estado do paciente e rotinas do hospital. Durante a visita o acompanhamento é feito por todos os profissionais da unidade, possibilitando perguntas e interação com o paciente sempre que possível. Nova intervenção é feita após a visita, pela Psicologia. O objetivo deste estudo é verificar a percepção da equipe de saúde sobre os benefícios da visita de crianças em UTI Adulta. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva, com coleta de entrevistas de onze profissionais da UTI Adulta de um hospital da região metropolitana de Porto Alegre. Os dados foram analisados utilizando a análise temática de Minayo. Identificou-se três eixos temáticos: benefícios para o paciente e para a criança, melhora no ambiente da UTI e a necessidade de preparo para a visita. Considera-se que são muitos os benefícios relacionados à visita de crianças em UTI, proporcionando para paciente, família, criança e equipe um atendimento mais humanizado e transformando a família e a criança em colaboradores ativos no cuidado com o paciente.

Referências

Aberastury, A. (1984). A percepção da morte nas crianças. In Aberastury, A, A percepção da

morte na criança e outros escritos (pp.128-139). Porto Alegre: Artes Médicas.

AMIB – Associação de Medicina Intensiva Brasileira. (2004). Humanização em cuidados

intensivos. Rio de Janeiro: Livraria e Editora Revinter Ltda.

Azoulay, E., Pochard, F., Kentish-Barnes, N., Chevret, S., Aboab, J., Adrie, C,... Schlemmer, B. (2006). Risk of post-traumatic stress symptoms in family members of intensive care unit patients. Am J Respir Crit Care Med. 171(9), 987-94. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15665319

Batista, J. (2015). Laços no desenlace ou desenlace dos laços? Refletindo sobre família, luto e

UTI. In Ismael, S. & Guidugli, S. Do nascimento à morte: novos caminhos na prática da

Psicologia Hospitalar. São Paulo: Atheneu.

Beccaria, L.M., Ribeiro, R., Souza, G.L., Scarpetti, N., Contrin, L.M., Pereira; R.A.M., & Rodrigues,

A.M.S. (2008). Visita em unidades de terapia intensiva: concepção dos familiares quanto à

humanização do atendimento. Arq. Ciênc. Saúde, 5(2), 65-69. Disponível em:

http://repositorio-racs.famerp.br/racs_ol/vol-15-2/id%20263.pdf.

Berwick, D.M., & Kotagal, M. (2004). Restricted visiting hours in ICUs: time to change.

JAMA. 292(6), 736-7. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15304472.

Borges, K., Genaro, L., & Monteiro, C. (2010). Visita de crianças em unidade de terapia

intensiva. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, 22(3), 300-304. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/rbti/v22n3/13.pdf.

Brasil. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. (2010). Resolução n.

, de 24 de fevereiro de 2010. Dispõe sobre os requisitos mínimos para funcionamento de

Unidades de Terapia Intensiva e dá outras providências. Brasília. Disponível em:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2010/res0007_24_02_2010.html.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política

Nacional de Humanização. (2007). HumanizaSUS: visita aberta e direito a acompanhante.

ª ed. Brasília: Ministério da Saúde. Disponível em:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/visita_acompanhante_2ed.pdf.

Brasil. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. (1990). Lei

n. 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá

outras providências. Brasília. Disponível em:

http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L8069.htm.

Castro, E. & Job, C. (2010). Câncer na mãe e o impacto psicológico no comportamento de

seus filhos pequenos. Revista Interinstitucional de Psicologia, 3(2), 36-147. Disponível

em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/gerais/v3n2/v3n2a04.pdf.

Santos, S. J., Almeida, S. A. & Júnior, J. R. (2012). A atuação do psicólogo em unidade de

terapia intensiva (UTI). Caderno de Graduação-Ciências Biológicas e da Saúde-UNIT-

ALAGOAS, 1(1), 11-16. Disponível em:

https://periodicos.set.edu.br/index.php/fitsbiosaude/article/view/461.

Franco, M. (2008). A família em psico-oncologia. In Carvalho, V., Franco, M. & Kovács,

M. Temas em psico-oncologia. São Paulo: Summus, 2008.

Franco, M. & Mazzorra, L. (2007). Criança e luto: vivências fantasmáticas diante da morte do

genitor. Estudos de Psicologia, 24(4), 503-511. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103- 166X2007000400009&script=sci abstract & tlng=pt.

Fumis RR, & Deheinzelin D. (2009). Family members of critically ill cancer patients:

assessing the symptoms of anxiety and depression. Intensive Care Med. 35(5), 899-902.

Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19183953.

Gabarra, L. M. & Nunes, M. E. (2018). Visita de crianças e adolescentes em UTI adulto:

vivência de familiares. Revista Psicologia e Saúde, 10(3), 109-125. Disponível em:

https://www.researchgate.net/publication/328467284_Visita_de_criancas_e_adolescentes_em_UTI_adulto_vivencia_de_familiares.

Gibaut, M.A.M., Hori, L.M.R., Freitas,K.S., & Mussi, F.C. (2013). Conforto de familiares de

pessoas em Unidade de Terapia Intensiva frente ao acolhimento. Revista da Escola de

Enfermagem da USP, 47(5), 1114-1121. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v47n5/pt_0080-6234-reeusp-47-05-1114.pdf.

Haberkorn, A. (2004). Atuação psicológica na UTI. In Bruscato, W., Benedetti, C. & LOPES,

S. A prática da Psicologia hospitalar na Santa Casa de São Paulo: novas páginas em uma

antiga história. Casa do Psicólogo.

Hupcey, J. (2000). Feeling safe: the psychological needs of ICU patients. Journal of Nursing

Scholarship, 32, 361-367. Disponível em:

https://sigmapubs.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1111/j.1547-5069.2000.00361.x.

Kennedy, V. & Lloyd-Williams, M. (2009). Information and communication when a parent

has advanced cancer. Journal of Affective Disorders, 114, 149-155. Disponível em:

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/18684513.

Kovács, M. & Lima, V. (2011). Morte na família: um estudo exploratório acerca da

comunicação com a criança. Psicologia, Ciência e Profissão, 31, 390-405. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414- 98932011000200014&script=sci_abstract&tlng=pt

Lima, F. & Martins, C. (2017). Reflexões sobre o trabalho da Psicologia na UTI. Saúde em

Redes, 3(3), 207-213. Disponível em: http://revista.redeunida.org.br/ojs/index.php/rede- unida/article/view/858

Marziale, M et al. (1990). A linguagem das cores no ambiente hospitalar: percepção dos

membros da equipe de enfermagem. In Resumos de enfermagem, II Simpósio Brasileiro de

Comunicação em Enfermagem (pp.228-248), Ribeirão Preto, SP.

Matos, E. (2007). Pedagogia Hospitalar: a humanização integrando educação e saúde. 2ª ed.

Petrópolis: Vozes.

Mezzomo, J. (2001). Gestão da qualidade na saúde: princípios básicos. Barueri: Manole.

Minayo, M. (2004). O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 8ª ed. São

Paulo: Hucitec.

Moraes, J.C., Garcia, V.G.L., Fonseca, A.S. (2004) Assistência prestada na Unidade de

Terapia Intensiva Adulto: visão dos clientes. Nursing (São Paulo), 7(79), 29-35.

Pochard, F et al. (2009). Symptoms of anxiety and depression in family members of intensive

care unit patients: ethical hypothesis regarding decision-making capacity. Crit Care Med.

(10), 1893-7. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11588447.

Ramos, F et al. (2014). Políticas de visitação em unidades de terapia intensiva no Brasil: um

levantamento multicêntrico. Rev Bras Ter Intensiva. 26(4), 339-46. Disponível em:

http://www.scielo.br/pdf/rbti/v26n4/0103-507X-rbti-26-04-0339.pdf.

Silva G.M, Santos C.S, Kameo S.Y, & Sawada N.O (2014). A influência do lúdico no

cuidado humanizado a pacientes oncológicos pediátricos no hospital do município de

Aracaju-SE. Rev. Iberoam. Educ. Investi. Enferm 4(3), 26-35. Disponível em:

https://www.enfermeria21.com/revistas/aladefe/articulo/129/a-influencia-do-ludico-no- cuidado-humanizado-a-pacientes-oncologicos-pediatricos-no-hospital-do-municipio-de-aracaju-se/

Sousa Neto, R., Tarabay, C. & Lourenço, M. (2017). Reflexões sobre a visita da criança

durante a hospitalização de um ente querido na UTI adulto. Revista da SBPH, 20(1), 5-16.

Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1516- 08582017000100002

Torres, W. (1979). O conceito de morte na criança. Arquivos Brasileiros de Psicologia, 31(4),

-34. Disponível em:

http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/abp/article/view/18239/16986

Vendruscolo, J. (2005). Visão da criança sobre a morte. Medicina, Ribeirão Preto, 38(1), 26-

Disponível em: http://www.revistas.usp.br/rmrp/article/view/420

Vint, P. (2005). An exploration of the support available to children who may wish to visit a

critically adult in ITU. Intensive Critical Care Nursing, 21(3), 149-159. Disponível em:

https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0964339704001132

Downloads

Publicado

2019-09-17

Edição

Seção

Artigos